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O QUE SÃO OS NUTRICOSMÉTICOS?

Os nutricosméticos são suplementos nutricionais formulados com vitaminas, minerais, aminoácidos, extratos botânicos e antioxidantes. Ajudam a absorver nutrientes e ingredientes ativos na corrente sanguínea e a circulá-los por todo o corpo para estimular a produção natural de moléculas essenciais. Além de nutrir a estrutura da pele a partir do interior, mantêm uma taxa de renovação cutânea saudável, protegem a pele das agressões ambientais e controlam as reações bioquímicas que podem levar ao envelhecimento da pele. Podem ser apresentados em forma de cápsulas, chás, sucos, sopas, chocolates.


Mellage (2008) define como “suplementos nutricionais ou alimentos constituídos por ingredientes antioxidantes, extratos botânicos, vitaminas e minerais para fins estéticos, atuando como anti aging, anti rugas, anti acne, anti celulite, entre outros, podendo ser apresentados na forma de cápsulas, comprimidos, líquidos e também como alimentos”.

Quanto à legislação, que no Brasil é controlada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), os nutricosméticos não podem ser classificados como cosméticos, pois estes agem apenas topicamente e são aprovados somente para uso externo. Sendo assim, produtos ingeridos necessitam de outro tipo de registro, bem como, a submissão a normas mais criteriosas. Portanto no Brasil, a ANVISA enquadra este tipo de produto na categoria de alimentos funcionais, porque produzem efeitos metabólicos ou fisiológicos por meio da atuação de um nutriente na manutenção do organismo.


Os nutricosméticos mais usados são os alfa-hidroxiácidos, carotenoides, polifenóis, colágeno, vitaminas e minerais antioxidantes (Vitaminas A, E, C, selênio e zinco), probióticos, coenzima Q10 e ômega-3.

Qual a melhor forma de usar esses suplementos?


Quase todos nós já utilizamos nutricosméticos alguma vez. Quem nunca tomou Vitamina C? Só não sabia que estava tomando também uma pílula de beleza. A forma mais ideal de usar, é sob a assessoria de um profissional de saúde que vai poder indicar os melhores tipos para cada pessoa, dependendo de sua necessidade.


Em geral, devemos receber os principais micronutrientes a partir dos alimentos, no entanto, a alimentação atual tem sido deficiente em vários desses compostos. Por isso, o uso dos nutricosméticos se faz necessário e cria expectativas para o consumidor em busca de uma melhor qualidade de vida.

Quais as expectativas x efeitos reais que o consumidor pode esperar desses produtos?

Pouco a pouco, os consumidores de cosméticos têm observado que aplicar produtos na pele não é tão eficiente quanto consumir a beleza dentro dos suplementos que são especificamente formulados para cabelos, pele e unhas.

Cabe destacar que um dos principais desafios no uso dos nutricosméticos é o pouco conhecimento dos consumidores sobre o tempo para sentir os benefícios dos mesmos no organismo. Talvez a expectativa seja de uma “pílula mágica”, mas o processo é mais lento porém definitivo em resultados no organismo.

O que o consumidor deve considerar ao adquirir essas “pílulas da beleza”?

O consumidor deve saber que a prescrição e o acompanhamento médico são individualizados. Por ser personalizado, nem tudo funciona igual para todos. As necessidades de cada pessoa são diferentes umas das outras, variando em função da idade, sexo, tipo de alimentação, hábitos, inclusive o tipo de medicamento que utilizam.

Por exemplo, pessoas em tratamento oncológico, se beneficiam da suplementação com Zinco e/ou ômega 3 pois tais substâncias potencializam o efeito da quimioterapia.

Esse mercado é novo no Brasil? Tem crescido nos últimos anos?

Esse mercado ainda pode ser considerado novo no Brasil, pois ainda não tem uma regulamentação da ANVISA, no entanto os nutricosméticos estão ganhando popularidade em todo o mundo, uma vez que complementam os produtos de tratamento cutâneo tópicos para melhorar a aparência física geral.


A crescente ênfase na manutenção da aparência física e a crescente procura de produtos de beleza natural estão entre os fatores-chave que reforçam o mercado global de nutricosméticos. Além disso, à medida que a função dos mecanismos de defesa contra o envelhecimento diminui com a idade, a pele torna-se mais vulnerável aos efeitos nocivos do envelhecimento dos agressores. Isto, em confluência com a crescente utilização de produtos anti-envelhecimento para manter a pele jovem, atua como outro grande fator do crescimento do mercado.


A propagação da COVID-19 e os bloqueios impostos pelos governos de numerosos países aumentaram a procura de produtos de bem-estar e de cuidados pessoais. Incluindo a procura por nutricosméticos, através de canais de comércio eletrônico em todo o mundo. Prevê-se que isto, por sua vez, impulsione o mercado nos próximos anos. Olhando para o futuro, o analista espera que o mercado mundial de nutricosméticos apresente um crescimento moderado durante os próximos cinco anos. De acordo com o relatório Global Nutricosmetics Market, da empresa norte-americana de inteligência de mercado Transparency Market Research (TMR), o mercado global de nutricosméticos atingiu US$ 5,13 bilhões em 2016 e deverá chegar a US$ 7,993 bilhões até 2025.

Quais as tendências e novidades para o mercado?

Uma forte tendência é a introdução de produtos livres de glúten, lactose, açúcares, conservantes e aromatizantes .Uma vez que produtos naturais estão em alta.

Olhando para o futuro, os analistas esperam que o mercado global de bebidas de beleza continue o seu forte crescimento durante os próximos cinco anos. Ressaltando a busca por nutrientes que temos naturalmente no nosso organismo. Quanto mais os nutrientes que temos carência forem repostos, melhor será o resultado. “O que tem se incorporado é o conceito do nutriente ser biodisponível. Não sendo necessário o uso de altas dosagens para não sobrecarregar o fígado, via de metabolização de muitos elementos no nosso organismo”.


O modismo por moléculas novas tem a cada ano diminuído, pois é necessário que o nutriente tenha uma funcionalidade e resultados efetivos. As novidades incluem proteínas vegetais, ausência de xenobióticos, produtos multifuncionais que juntem saúde e beleza numa mesma cápsula ou bebida. Deve ser bem destacado o uso de nutricosméticos que favoreçam o microbioma humano.

REFERÊNCIAS

https://www.reportlinker.com/p05968602/Beauty-Drinks-Market-Global-Industry-Trends-Share-Size-Growth-Opportunity-and-Forecast.html

https://www.reportlinker.com/p05826175/NUTRICOSMETICS-MARKET-GROWTH-TRENDS-AND-FORECASTS.html

https://cosmeticinnovation.com.br/beleza-para-tomar-comer-e-beber/
https://www.hola.com/belleza/actualidad/2015011976264/nutricosmeticos-suplementos-antiedad/

https://riuni.unisul.br/bitstream/handle/12345/7641/tcc%20rev%20sistematica.pdf?sequence=2&isAllowed=y

https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60137/tde-20092011-210914/publico/ANUNCIATO_TP.pdf
Mellage, C. 2008. Nutricosmetics – decoding the convergence of beauty and healthcare. In: Cosmetics, p. 15-17.

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PROBIÓTICOS NA GESTAÇÃO

Probióticos na Gestação

A gravidez é um dos períodos mais importantes na fase da vida de uma mulher, onde ocorrem intensas alterações biológicas, onde o corpo precisa se adequar para nutrir um novo ser. A microbiota feminina também passa por mudanças: eleva-se a proliferação de Lactobacillus no intestino e as bifidobactérias, microrganismos presentes na microflora intestinal, começam a colonizar as glândulas mamárias.

Embora não se consiga ainda afirmar a existência microbiana dentro do útero, cogita-se que o ambiente intrauterino não seja de todo estéril. Isso porque foi notada a precoce colonização de microrganismos pelo feto, o que pode ser proveniente da microbiota materna. Dessa forma, mãe e filho costumam compartilhar da mesma microbiota por meio da placenta. Logo, percebemos a importância da manutenção probiótica, sobretudo durante a gestação. Nessa perspectiva, enquadra-se o estudo desenvolvido em 2010 pelo Departamento de Bioquímica e Química de Alimentos da Universidade de Turku, na Finlândia, no qual o emprego de probióticos durante a gestação foi comprovado, demonstrando sua segurança e eficácia.

O estudo foi randomizado duplo-cego e controlado, gestantes participando em dois grupos: Grupo A – recebeu os probióticos com Lactobacillus rhamnosus e bifidobactérias; Grupo B – recebeu apenas placebo. As mulheres do Grupo A tiveram uma menor propensão ao desenvolvimento de Diabetes Mellitus Gestacional (DMG), reduzindo, dessa forma,  o risco dos bebês nascerem muito grandes ou obesos. Barret et al. (2018) ampliaram ainda mais esse horizonte sugerindo a utilização dos probióticos antes mesmo da gravidez até o pós-parto. A saúde do bebê ainda é beneficiada, uma vez que se reduzem as chances de certas disfunções do organismo, como as alergias ou os problemas no trato gastrointestinal que podem vir a ser doenças recorrentes durante algumas fases da vida.

Fonte de probióticos são os alimentos fermentados, destacando-se o Kefir e a Kombucha, uma dupla que casa perfeitamente bem para para fortalecer o sistema imunológico da mamãe e do bebê que está em formação.

REFERÊNCIA

BARRET, J. et al. Efeitos do L casei Shirota na SII. Supersaudável, São Paulo, ano XVIII, n. 78, p. 22- 25, abril\ junho, 2018.

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NÃO BRINQUE COM OS TRIGLICERÍDEOS!

Os triglicerídeos, principal tipo de gordura que se encontra no sangue, provém das calorias que não utilizamos imediatamente após nossa alimentação.  São armazenados na células adiposas e liberados para energia entre as refeições.

Os triglicerídeos são derivados de duas maneiras: através do consumo de alimentos ricos em gordura ou da síntese de hidratos de carbono no fígado. Portanto, uma das primeiras recomendações médicas para baixar o nível de triglicerídeos é a mudança para uma dieta equilibrada e, claro, de baixo teor de hidratos de carbono. Isto inclui massas, frutas e tubérculos, tais como batatas.

Eles são necessários para ter uma boa saúde, no entanto, um nível alto de triglicerídeos pode aumentar o risco de enfermidades cardiovasculares e pode ser uma sinal de síndrome metabólica.

A síndrome metabólica é a combinação da pressão arterial alta, um nível alto de açúcar no sangue, demasiada gordura ao redor da cintura, um nível baixo de HDL e um nível alto de triglicerídeos, por isso é recomendável manter seus níveis em faixas normais (até 150 mg/dL).

A alimentação afeta de maneira significativa a utilização das gorduras pelo organismo e por este motivo é importante controlar bem sua dieta. Dietas altas em calorias estimulam a produção de triglicerídeos no fígado.

Os primeiros passos no tratamento para baixar os níveis de triglicerídeos incluem comer uma dieta saudável, alcançar e manter um peso saudável, e uma rotina de exercícios físicos.

Dicas importantes:

1 – Aumente seu consumo de fibras dietéticas. Consuma pelo menos três frutas com fibra ao dia: maçã, laranja, pêra, tangerina, abacaxi.  Preferir a fruta ao suco.

2 – Limite o consumo de açúcares, pois sua absorção estimula a produção de triglicerídeos no fígado. Além disso,  ocorre um depósito de gorduras no pâncreas que interrompe o funcionamento das células de insulina, causando o aumento da glicose no sangue.

3 – Reduza o consumo de cereais refinados; prefira os cereais integrais.

4 – Consuma saladas no almoço e no jantar, antes do prato principal. Dê preferência a alface, tomate, cebola, pepino, cenoura. Tempere com azeite, limão ou vinagre e sal rosa. 

5 – Limite o consumo de bebidas alcoólicas, pois são bastante calóricas e estimulam a produção de triglicerídeos. Uma lata de cerveja tem 147 calorias, uma taça de vinho tinto seco, 107 e uma única dose de whisky, 240 calorias.

6 – Limite o consumo total de gordura; prefira gorduras como azeite de oliva, de gergelim, de coco ou de linhaça.

7 – Inclua gorduras ômega-3 em duas ou três refeições por semana (cavala, salmão, atum, arenque e truta), na grelha ou no forno.

8 – Pratique atividade física diariamente, pelo menos por 30 minutos.

9 – Hidrate-se (35 ml por Kg). Manter uma garrafinha sempre perto de você ajuda a lembrar de beber água. Pode saborizar com frutas picadinhas, gengibre, cúrcuma, limão, etc.

10 – Deixe de fumar – esse vício aumenta o risco de enfermidades cardiovasculares e diabetes, sendo um hábito prejudical que potencializa o dano causado pela alta taxa de triglicerídeos no sangue. Igual ao açúcar, causa resistência à insulina devido a acumulação de gordura no abdome. 

Em resumo, para melhorar nossos níveis de triglicerídeos é fundamental optar por um estilo de vida saudável, que inclui:

  • Uma dieta adequada
  • Deixar de fumar 
  • Limitar o consumo de álcool
  • Fazer exercícios regularmente (caminhar, correr, nadar, andar de bicicleta, etc)
  • Perder peso, em caso de obesidade ou sobrepeso
  • Controle a Diabetes, se for seu caso
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ZINCO E SELÊNIO – DUPLA DA IMUNIDADE

Zinco e selênio, micronutrientes  essenciais, que juntos podem exercer efeitos benéficos como componentes de enzimas e outras proteínas que catalisam reações redox e/ou estão envolvidos na manutenção da homeostase redox.  O Selênio é necessário para o bom funcionamento dos neutrófilos, macrófagos, células NK, linfócitos T e alguns outros mecanismos imunitários. Seu consumo está associado com a redução do risco de câncer e pode aliviar outras condições patológicas, incluindo o stress oxidativo e a inflamação. É necessário para a mobilidade dos espermatozóides e pode reduzir o risco de aborto espontâneo. O selênio é importante para a reprodução, a função da glândula tireóide, produção de DNA e para proteger o corpo contra infecções e o dano causado pelos radicais livres. A deficiência de selénio tem estado ligada a estados de humor adversos e algumas descobertas sugerem que a deficiência de selénio pode ser um fator de risco nas doenças cardiovasculares. O selênio é importante para a reprodução, a função da glândula tireóide, produção de DNA e para proteger o corpo contra infecções e o dano causado pelos radicais livres.

O zinco é um micronutriente essencial para o organismo humano, com um papel importante na reprodução, crescimento, desenvolvimento e metabolismo celular. O zinco é necessário como catalisador, estrutural e regulador de enzimas, proteínas e fatores de transcrição, sendo assim um elemento chave em muitos mecanismos homeostáticos do organismo, incluindo respostas imunitárias. O zinco é um elemento básico para a saúde e beleza da pele, contribuindo para sua elasticidade e para a síntese do colágeno. A baixa biodisponibilidade do zinco resulta numa imunoresistência limitada à infecção no envelhecimento. Muitos estudos têm demonstrado os benefícios da suplementação de zinco em infecções, redução da incidência e duração de diarréias agudas e crônicas, infecções do trato respiratório em lactentes e crianças pequenas.

O sistema imunológico é formado por células, tecidos, órgãos e moléculas que circulam no sangue e funcionam como uma rede na qual se inter relacionam. Nesse sistema temos estruturas individualizadas, como o baço e os linfonodos, e células livres, como os leucócitos. Costuma-se comparar o sistema imunológico com um exército encarregado de defender o corpo humano de vírus, bactérias e demais patógenos que se encontram ao nosso redor. Manter o corpo em equilíbrio é cuidar desse sistema de forma a sempre prover o que ele necessita. Fatores como estresse e má alimentação contribuem para deixar o sistema imunológico em déficit, por isso devemos estar atentos  para algumas coisas:

1- Uma alimentação consciente que leve nutrientes para o corpo e não calorias vazias;

2 – Uma alimentação livre de agrotóxicos; 

3 – Evitar sobrepeso;

4 – Evitar o fumo, que altera o funcionamento das células imunológicas;

5 – Praticar atividades físicas rotineiramente;

6 – Controlar a ingestão de álcool;

7 – Fornecer nutrientes chave para melhorar o sistema imune.

Como nosso organismo não é capaz de sintetizar esses micronutrientes, devemos aportar alimentos que cumpram essa função em nosso organismo; dentre esses estão as nozes, os mariscos, carnes, ovos e produtos lácteos. Se não conseguimos a quantidade diária mínima desses micronutrientes por meio dos alimentos, podemos recorrer aos suplementos dietéticos que podem supri-los  adequadamente ao nosso organismo.

Vamos contar com esses bons companheiros antivirais para garantir a imunidade do corpo, favorecendo também, ao mesmo tempo,  o bom funcionamento do cabelo, das unhas e da pele. 

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VITAMINA C – Turbinando nossa imunidade

A vitamina C ou ácido ascórbico é um nutriente solúvel em água e que não é sintetizado pelo organismo. É um importante cofator envolvido na formação de vasos sanguíneos, cartilagens, músculos e colágeno nos ossos, vital no processo de cicatrização. Como um antioxidante, a vitamina pode ajudar a proteger as células dos danos causados pelos radicais livres químicos. Outros efeitos benéficos atribuídos à vitamina C incluem redução da disfunção endotelial, controle da hipertensão, redução do risco de doenças cardiovasculares e prevenção de derrames, certos tipos de câncer, diabetes, gota e possivelmente até mesmo a doença de Alzheimer.

As principais funções da vitamina C no sistema imunológico são as seguintes: – Melhora a integridade da barreira epitelial promovendo a síntese do colágeno; – Mantém o estado oxidativo das células e protege contra as espécies reativas de oxigênio geradas durante a explosão respiratória e a resposta inflamatória; – Estimula as funções dos leucócitos entre “neutrófilos e movimentos dos monócitos; – Regula a resposta imunitária por meio de suas propriedades antivirais e antioxidantes; – Reduz a duração e severidade do resfriado comum, principalmente em pacientes idosos; – Reduz a incidência do resfriado comum e a pneumonia em sujeitos que praticam exercício físico intenso.

Linus Pauling, químico ganhador do Prêmio Nobel, foi pioneiro na indicação da vitamina C como suplemento para melhorar a saúde cardiovascular, a função imunológica e até auxiliar no tratamento do câncer. Devido a sua ação antiviral, capacidade antioxidante, propriedades anti-inflamatórias e melhora do sistema imunológico, a vitamina C tem sido utilizada em casos graves da infecção por SARS-Cov-2 pois a deterioração pulmonar resulta numa tempestade de citocinas pró-inflamatórias que danificam os pulmões. Alguns pesquisadores têm observado que baixos níveis de vitamina C poderiam deixar as pessoas mais propensas a essa infecção, por isso a incluem como parte do protocolo precoce da Covid-19. Alguns medicamentos como antidepressivos, anti conceptivos e aspirina, assim como o álcool reduzem os níveis da vitamina C no organismo. Em períodos de estresse, mudanças bruscas de temperatura, se você é fumante, durante a gravidez e durante a amamentação é conveniente aumentar o seu consumo a vitamina C.

Idealmente a vitamina C deve ser obtida principalmente dos alimentos. No entanto, frente a sua perda por tratamento inadequado dos alimentos, ou por baixa absorção pelo organismo, devemos atender aos seus requerimentos diários, seja por meio de alimentos, seja por meio de suplementos. A dose indicada pelo Instituto Linus Pauling é de 400mg/dia, e em casos de resfriados, 1g/dia. Quando ocorre uma gripe ou um resfriado, os níveis de vitamina C se reduzem como uma forma de enfrentar o aumento do estresse oxidativo, por isso a suplementação se faz necessária, em diversos casos, para melhorar a tolerância e diminuir o dano tissular que se produz durante uma infecção. Entre as frutas que contêm vitamina C podemos destacar em primeiro lugar, com medalha de ouro, a acerola (1506 mg/100g), depois o caju, medalha de prata (258 mg/100g) e a tangerina (112 mg/100g), medalha de bronze.

Portanto, leve uma acerola no seu bolso e inclua em seu lanche diário, pois apenas uma acerola por dia faz toda a diferença em sua imunidade!

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MICRONUTRIENTES, PROBIÓTICOS E COVID-19

micronutrientes

Já leu sobre o posicionamento da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) a respeito dos micronutrientes e probióticos na infecção por Covid-19?

Considerando-se a pandemia causada pelo COVID-19 bem como a preocupação da ABRAN com a promoção da saúde e prevenção de doenças, a prevalência de desnutrição específica no Brasil e o papel de vitaminas e minerais no sistema imunológico, e após análise rigorosa das evidências disponíveis até a presente data, a Associação Brasileira de Nutrologia elencou vitaminas e minerais com atuação de maior relevância no cenário da síndrome respiratória aguda grave causada pelo COVID-19 (SARS-CoV-2). Importante enfatizar que nenhum desses nutrientes trata diretamente a infecção pelo COVID-19.

Fundamentado na literatura vigente, relacionado não somente ao COVID-19, mas também a outros vírus, a ABRAN procurou descrever os efeitos benéficos dos tratamentos das deficiências específicas referentes às vitaminas A, D, C, zinco e selênio, além do possível papel dos probióticos.

VITAMINA A – MICRONUTRIENTES

Há evidências de que a suplementação de vitamina A reduz morbidade e mortalidade em várias infecções como HIV, malária, sarampo, assim também pneumonia associada a sarampo e diarreia. Resultados adversos durante infecções virais têm sido associados a baixos níveis de vitamina A. Assim, essa hipótese foi explanada em recente revisão que propõe que a vitamina A deve ser considerada em pacientes portadores de COVID-19.

Embora seja importante tratar as deficiências de micronutrientes, não existem ainda evidências de que doses supra fisiológicas de vitamina A possam prevenir ou melhorar clinicamente os portadores de COVID-19. Deve ser ressaltado que há risco de toxicidade se ingerida em altas doses. Assim, não se recomenda a ingestão de supra doses de vitamina A e de seu precursor (β-caroteno) visando diminuir esse risco.

META DIÁRIA DE INGESTÃO E ALIMENTOS FONTES DE VITAMINA A

A RDA (Recommended Dietary Allowance) é a diretriz que representa a meta diária de ingestão de nutrientes para indivíduos saudáveis. A da vitamina A é de 700 mcg/d para mulheres e 900 mcg/d para homens. Contudo, tais valores podem ser alcançados somente pela alimentação na maioria das pessoas.

Os alimentos considerados melhores fontes de vitamina A, na forma de retinol, são os de origem animal, tais como vísceras (principalmente fígado, óleos de fígado de bacalhau e de linguado gigante), além de gemas de ovos. Em contrapartida, os carotenoides são encontrados em vegetais folhosos verde-escuros e vegetais e frutas amarelo-alaranjadas (manga, mamão, abóbora, cenoura, batata doce, espinafre, mostarda e couve). Contudo, em alguns casos, a suplementação pode ser necessária. Os polivitamínicos disponíveis no mercado têm cerca de 55 até 167% da RDA.

Leia também: CORONAVÍRUS E TRATO GASTROINTESTINAL

VITAMINA C (ÁCIDO ASCÓRBICO) – MICRONUTRIENTES

Arquivo De Micronutrientes - Nutricionista Felipe Delpino ...

A vitamina C pode reduzir a suscetibilidade do hospedeiro a infecções do trato respiratório inferior sob certas condições, assim como exercer funções fisiológicas para diminuir os sintomas gripais, por sua ação anti-histamínica fraca.

Estudos controlados em humanos relataram que havia incidência significantemente menor de pneumonia em grupos de pacientes suplementados com vitamina C. Então, avaliando a suplementação de altas doses de vitamina C para pacientes com síndrome do desconforto respiratório grave, recente estudo considerou uma opção de tratamento segura em relação a desfechos secundários pesquisados (menor mortalidade após 28 dias de internação em UTIs, dias sem UTI e dias sem hospital).

Em uma revisão sistemática, a ingestão de 1g/dia de ácido ascórbico reduziu a duração da gripe (8% para adultos e 14% para crianças). Contudo, os autores não recomendaram a suplementação de rotina devido à ausência de efeito na incidência dos resfriados e gripes. Entretanto, a gravidade da gripe foi reduzida com a utilização regular de vitamina C, podendo ser considerado um tratamento seguro e de baixo custo.

QUAL A RELAÇÃO DA VITAMINA C COM COVID-19?

Com relação especificamente ao COVID-19, recente revisão sugere que a vitamina C pode ser uma das escolhas para o tratamento de suporte, embora sejam necessários estudos longos e sistemáticos. Para indivíduos sob risco de infecções virais respiratórias, a utilização de doses elevadas de vitamina C (até 2g/dia) por via oral pode ser indicada.

META DIÁRIA DE INGESTÃO E ALIMENTOS FONTES DE VITAMINA C

A deficiência de vitamina C em indivíduos vivendo na comunidade é rara, uma vez que é abundante na natureza. As principais fontes são as frutas cítricas bem como vegetais crus. As necessidades diárias recomendadas são variáveis entre países indo de 45 mg a 110 mg/d. No Brasil, adota-se a RDA de 75 mg/dia para mulheres e 90 mg/d para homens.

VITAMINA D (COLECALCIFEROL) – MICRONUTRIENTES

A atuação da vitamina D na resposta imune vem sendo amplamente estudada. Então, vários estudos mostram que o colecalciferol aumenta a expressão de peptídeos antibacterianos, contribuindo para melhor resposta imunológica do hospedeiro. A relevância da vitamina D se baseia no aumento da evidência de que sua suplementação e restauração para valores normais em pacientes infectados possam melhorar a recuperação, dessa maneira reduzindo os níveis de inflamação e melhora da ativação imunológica.

PRINCIPAIS FONTES ALIMENTARES

Quais os alimentos ricos em vitamina D - Super Clube Fit

As principais fontes alimentares são peixes com alto teor de gordura (salmão, sardinha), gema de ovo, fígado bem como leite e seus derivados.

COVID-19 E VITAMINA D

Tendo em vista a atual pandemia de COVID-19, é relevante atentarmos para a letalidade maior em pessoas acima de 60 anos. Sendo assim, nesses indivíduos se observa maior prevalência de hipovitaminose D e menor exposição solar (isolamento social) com consequente comprometimento da resposta imune.

A RDA é entre 600 a 800 UI/d. Baseado nas melhores referências disponíveis, a utilização de vitamina D entre 2.000 e 4.000UI/dia por via oral pode ser indicada em grupos de risco ou de baixa exposição solar.

Entretanto, na presença de déficit de 25-hidroxivitamina D (25 [OH] D), o colecalciferol deve ser prontamente fornecido de acordo com os resultados dos níveis séricos. A reposição recomendada por via oral é 50.000 UI / semana, se níveis séricos de 25 (OH) D <20 ng/mL e de 25.000 UI /semana, se 25 (OH) D ≥20 a <30 ng/mL.

ZINCO – MICRONUTRIENTES

Zinco é um oligoelemento essencial determinante para manutenção da função imune inata e adaptativa. Embora o mecanismo seja incerto, tem sido relatada atividade antiviral do zinco pela inibição da replicação viral em cultura de células, inibindo a atividade da polimerase do RNA do coronavírus e pela amplificação da ação antiviral de citocinas e interferon humano (IFN-α).

DEFICIÊNCIA MUNDIAL DE ZINCO

Estima-se que a deficiência mundial de zinco seja em torno de 17 a 20%, especialmente em países em desenvolvimento da África e Ásia. Nos países desenvolvidos, a deficiência de zinco ocorre em idosos, veganos/vegetarianos e em portadores de doenças crônicas, como doença inflamatória intestinal e cirrose. Sua ação contra o coronavírus foi mostrada por estudo in vitro. Estudos com relação ao novo coronavírus ainda não estão disponíveis.

ALIMENTOS FONTES DE ZINCO

Da Matta Fisioterapia: Sabe qual micronutriente também ajuda na ...

O conteúdo de zinco varia entre os alimentos. Mariscos, ostras, carnes vermelhas, fígado, miúdos e ovos são consideradas as melhores fontes de zinco. Vale ressaltar que, a absorção intestinal de zinco de alimentos vegetais não é tão grande quanto de alimentos de origem animal. Portanto, os vegetarianos podem precisar de até 50% mais de zinco na dieta do que os não vegetarianos. O nível superior de ingestão de zinco é de 40 mg por dia. Consumir mais do que essa quantidade pode aumentar o risco de deficiência de cobre, bloqueando sua absorção.

Vários micronutrientes são depletados durante a resposta inflamatória, o que torna difícil a interpretação de valores abaixo do nível de referência. Por outro lado, evidências recentes parecem mostrar que sepse recorrente está associada à concentração sérica persistentemente baixa de zinco.

Apesar da difícil interpretação do nível baixo de zinco em pacientes sob inflamação, recente revisão recomenda que, para suporte da função imune ideal, a ingestão de zinco segue a mesma da RDA e deve ser de 8 (mulheres) e de 11 (homens) mg/dia. Na vigência de diarreia aguda, recomenda-se zinco entre 20 e 40 mg/dia via oral.

SELÊNIO – MICRONUTRIENTES

Durante infecções virais, espécies reativas de oxigênio e de nitrogênio (radicais livres) são abundantemente produzidas, o que sobrecarrega o sistema de defesa antioxidante e induz desequilíbrio redox (estresse oxidativo). Tal cenário proporciona e amplifica a replicação viral, desequilibrando a resposta imunológica. O selênio ocupa papel importante na defesa antioxidante do hospedeiro e no grau de patogenicidade do vírus.

INGESTÃO DIÁRIA E ALIMENTOS RICOS EM SELÊNIO – MICRONUTRIENTES

A ingestão diária de selênio recomendada é de 55 mcg segundo a RDA. Selênio em doses mais elevadas (200 mcg) pode atuar como coadjuvante no tratamento de infecções, contudo, não podem ser utilizadas por tempo prolongado.

Deficiência em Selénio - sinais que deve ter em atenção

O conteúdo de selênio, presente em vários alimentos como a castanha do Brasil, pode variar de um local para outro de cultivo. O consumo de 3 castanhas do Brasil (15g) corresponde a recomendação diária de ingestão sugerida recentemente. Outras fontes são peixes (sardinha, salmão), fígado de boi, farelo de arroz, farinha de trigo integral.

Baseado nas melhores evidências disponíveis, a utilização de doses diárias de 55 mcg de selênio pode ser indicada e doses acima desta RDA deverão ser avaliadas conforme nível sérico. Esta dose pode ser encontrada em determinados polivitamínicos disponíveis em território brasileiro.

PROBIÓTICOS

O trato gastrintestinal humano abriga uma enorme população de microrganismos, denominado microbioma intestinal humano, que interagem entre si e sobre o epitélio e o sistema imunológico do hospedeiro. Alterações nas quantidades relativas à população e à diversidade microbiana intestinal podem romper as interações benéficas entre a microbiota e o hospedeiro (disbiose), apresentando um efeito direto na saúde humana.

PROBIÓTICOS LÍQUIDOS E A CHEGADA AO INTESTINO - BioLogicus

REPERCUSSÕES GASTROINTESTINAIS E COVID-19

Alguns pacientes portadores de infecção por COVID‐19 apresentam repercussões gastrintestinais (dor abdominal, diarreia) devido à contaminação viral direta da mucosa intestinal ou consequente às alterações do tratamento específico (medicamentos anti-virais ou anti-bacterianos, para o tratamento de infecções secundárias). Tal fato representa uma redução local significativa na quantidade de microbiota, tais como lactobacillus e bifidobacterium. O desequilíbrio microecológico pode levar à translocação bacteriana intestinal, favorecendo infecções secundárias e piora do quadro geral. 

O USO DE PROBIÓTICOS

Embora não existam estudos robustos, recomendações recentes sugerem o uso de probióticos em infecções pelo COVID‐19 reduzindo as chances de translocação bacteriana intestinal. Estudos sistemáticos suportam utilização cuidadosa de probióticos ou simbióticos, reduzindo pneumonia associada à ventilação mecânica e infecções em doenças críticas.

Para os centros que apresentarem recursos relevantes e puderem realizar análises da microbiota intestinal (por exemplo, sequenciamento da microbiota), a prescrição pode ser realizada de acordo com os resultados. A indicação de probióticos pode ser considerada nos casos de COVID-19 com diarreia, salvaguardando-se as contraindicações específicas de cada grupo de pacientes.

ATENÇÃO, PRESTE MUITA ATENÇÃO!!!

Tendo em vista as considerações acima sobre micronutrientes, sugeri-se que o fornecimento de doses diárias de vitaminas, minerais devem ser assegurados a pacientes sob risco de deficiência dos mesmos, visando maximizar a defesa nutricional geral anti-infecção pelo COVID-19.

A suplementação de vitaminas, minerais e probióticos não trata e não previne a infecção por COVID-19, porém pode otimizar a resposta imunológica, atuando como tratamento coadjuvante.

A Associação Brasileira de Nutrologia reforça que uma alimentação adequada é fundamental para a integridade do sistema imunológico. Pacientes sob risco de deficiência podem receber suplementação de acordo com avaliação médica.

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PANDEMIA – POSITIVISMO EM PEQUENAS MUDANÇAS

pandemia

Há uma expressão no nosso idioma que alguns devem conhecer: “me pegou de calças curtas”. Isto se aplica a algo que nos pega desprevenidos, sem experiência no assunto. Assim, talvez alguém tenha sentido essa sensação quando falaram na PANDEMIA, pelo fato de não levar uma vida que se preocupasse nem com alimentação, nem com higiene. De uma hora pra outra, todos aprenderam a importância da água e do sabão bem como do álcool gel. 

Como encarar e gerar oportunidades nas mudanças

PEQUENAS MUDANÇAS DURANTE A PANDEMIA

Assim como aconteceu no aspecto higiene podemos olhar também para nosso estilo de vida e fazer pequenas mudanças, começando pela triagem na hora de escolher nossos alimentos, preferindo alimentos frescos e orgânicos a alimentos ultra-processados, aumentando o consumo de frutas e verduras e, se possível, cozinhando nosso próprio alimento.

Maus hábitos alimentares e a perda de anos de vida saudáveis

Ficar em casa oferece várias oportunidades para todos nós que afirmávamos “não ter tempo para nada”. Então, talvez agora até tenhamos tempo demais e já iremos reclamar do ócio. Então que tal aproveitar para fazer pequenas mudanças na sua dieta que podem estimular sua imunidade?

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ESTILO DE VIDA PREVENTIVO

Vamos vestir calças compridas agora pois um estilo de vida preventivo é o que contribui para não sermos pegos de calças curtas. Um  sistema imunológico forte associa exercícios, alimentação consciente assim também descanso suficiente. Alguns itens de nossa feira são apoiadores de nosso sistema imunológico, assim podem oferecer grandes resultados em nossa saúde. Esses itens são fáceis de obter, com eles poderemos fazer algumas receitas que iremos disponibilizar durante essa quarentena.

ALIMENTOS APOIADORES DA IMUNIDADE – PANDEMIA 

Limão, gengibre, alho, açafrão, coentro bem como canela, cacau, abacate, azeite extravirgem, óleo de  coco, abacate, gergelim, folhas verdes, aveia, própolis, mel, chia, linhaça, ovos caipira, tapioca, fermentados (kefir, kombucha, misso, chucrute…), grãos germinados.

QUE TAL UMAS RECEITAS RÁPIDAS?

Uma receitinha fácil para despertar o corpo pela manhã:

  • ½ limão espremido;
  • 15 gotas de extrato de própolis;
  • Mel;
  • Gengibre em pó.

Além disso você também pode fazer um suco:

  • 200 mL Kefir de frutas;
  • ½ abacate;
  • Folhas de hortelã;
  • Gengibre;
  • Sumo de limão;
  • Folha de couve;
  • 1 rodela de abacaxi;
  • Gelo a gosto.

Pequenas mudanças, grandes resultados! Então, acredite!

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ENDOMETRIOSE – POR QUE DÓI QUANDO MENSTRUO?

endometriose

Dor é uma coisa normal? Pergunta de um médico especialista em endometriose. A gente sempre fala cotidianamente “é normal sentir dor na menstruação”. Mas será que é mesmo? Há vários tipos de dores que as mulheres sentem no período menstrual, mas algumas delas referem sofrer dores insuportáveis. Então não espere mais achando que a “dor é normal”, está mais do que na hora de procurar um especialista. Você pode ter endometriose, sem saber disso, pois essa enfermidade afeta 6,5 milhões de mulheres no Brasil e 176 milhões no mundo.    

O QUE É ENDOMETRIOSE?

A endometriose é uma condição inflamatória dependente de estrogênio. Ela se se caracteriza pelo crescimento ectópico de glândulas endometriais e estroma fora da cavidade uterina. A causa direta? Não se sabe. Cura? Dizem que não existe. Alguma luz no final do túnel surge com a descoberta do microbioma humano.

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MICROBIOTA

Sabemos que temos uma microbiota diversificada em todos os tecidos, com papéis fundamentais na saúde e na doença. Assim, no sistema reprodutivo feminino, nomeadamente na vagina saudável , encontra-se uma microbiota dominada pela espécie Lactobacillus (Lactobacillus iners, Lactobacillus crispatus, Lactobacillus gasseri e Lactobacillus jensenii), que acidificam o meio e, dessa maneira, impedem que muitos patógenos possam invadir este ambiente.

Autores científicos têm relacionado a possibilidade de que a endometriose possa resultar de disbiose microbiana. Assim, isto poderia reduzir a regulação imunológica da mucosa neste tecido com expansão concomitante de bactérias patogênicas que desencadeiam inflamação local dos tecidos que poderiam perpetuar o desenvolvimento de doença endometrial.

Esta inferência suporta a teoria da menstruação retrógrada, creditando a probabilidade de migração retrógrada das bactérias patogênicas para o endométrio e tecido endometrial ectópico para sítios atípicos e ainda aprecia que a susceptibilidade genética também pode desempenhar um papel no desenvolvimento da doença, em conjunto com a disbiose microbiana.

Este crescimento anormal do tecido do endométrio provoca sintomas tão variados quanto menstruações abundantes e dolorosas bem como incômodo pélvico, problemas digestivos, dores na coluna e na cabeça, entre outras sensações que atormentam as mulheres.

MICROBIOTA ESPECÍFICA DO ENDOMÉTRIO

Já se descobriu que no endométrio há uma microbiota específica que é influenciada pelos ciclos hormonais e nas mulheres que tem essa patologia o ecosistema bacteriano vaginal está alterado. Segundo a ginecologista especialista em  Microbioterapia, Dra Di Rocco, o equilibrio da microbiota é o pilar sobre o qual se apoia o estado de saúde e devemos atuar sobre ela quando nosso microbioma se encontra alterado. Além disso, ainda considera que se deve pensar em alternativas terapêuticas passando por “mudanças no estilo de vida e na alimentação e administrando probióticos para frear a entrada de bactérias patógenas.”  A Dra. Di Rocco tem tratado pacientes administrando probióticos tanto por via oral quanto por via vaginal, um tratamento que dura três meses e relata resultados surpreendentes com melhora da qualidade de vida das pacientes em 70%. 

Parece plausível essa teoria da disbiose microbiana e a endometriose, o que abre uma janela para o tratamento dessa enfermidade num futuro próximo. Por enquanto, é aconselhável continuar ingerindo probióticos que regulem não somente o sistema reprodutivo feminino, mas todo nosso microbioma que precisa sempre estar em equilíbrio, para enfrentar as pandemias de nosso século.

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ARGILOTERAPIA – VAMOS CONHECER?

argiloterapia

A argiloterapia é uma técnica que está ganhando cada vez mais visibilidade. Ela é direcionada no uso da estética, para promover diversos benefícios principalmente para a pele, mas também em alguns casos para os cabelos. Mesmo estando presente nos tratamentos atuais, ela é uma técnica milenar, apresentando seus primeiros registros na Grécia sendo usada por Hipócrates (como propriedades curativas), assim também por Cleópatra no Egito (onde usava para máscaras e banhos), e também por Plínio e Galeno, no início da era cristã. 

Cada tipo de argila apresenta seus benefícios próprios. Em geral, os tratamentos por argila são usados para  tratamento de acne, após a limpeza de pele, para melhorar celulite (pois ativa a circulação sanguínea), flacidez da pele, seborreia, entre outros usos. Isso ocorre pois as argilas apresentam propriedades antioxidante, secativa, adstringente, tensor, reconstrutora, antisséptica e desintoxicante. 

MINERAIS EXISTENTES NA ARGILA

Como derivado do solo, as argilas apresentam diversos minerais que justamente, são associados com seus efeitos. São eles:

  • Silício: responsável pela produção de colágeno e anti-inflamatório;
  • Titânio: antioxidante e aumenta a resistência imunológica;
  • Cálcio: age na flacidez;
  • Sódio: auxilia no controle do pH, elimina toxinas bem como aumenta a circulação;
  • Manganês: tem ação antialérgica;
  • Enxofre: possui ação antimicrobiana assim também antifúngica;
  • Alumínio: possui ação anti-inflamatória e cicatrizante.

Leia também: ÁGUA – JÁ OUVIU FALAR EM HIDROTERAPIA?

TIPOS DE ARGILA – ARGILOTERAPIA

Existem diversos tipos de argilas que são comercializadas por um preço muito bom! Elas são conhecidas de acordo com sua coloração.

Branca: possui grande quantidade de alumínio, o que leva a propriedades cicatrizantes. Na estética, facilita a circulação sanguínea e promove ação antisséptica, sendo ótimo para o controle da acne, clareamento e tônus da pele.

Verde ou Acinzentada: é rica em cálcio e zinco, apresenta atividade sebo-regulador (adstringente) e purificadora. Sua coloração é devido ao óxido de ferro, que atua com outros minerais da argila. Quando aplicada no corpo, promove tensionamento, melhora a flacidez, auxilia no combate da celulite, e quando aplicada na face melhora e regula a oleosidade. 

Vermelha: apresenta grande quantidade de óxido de ferro, assim apresentando propriedades tensoras. Quando aplicada na face, regula o fluxo sanguíneo e vascular, garante conforto e suavidade para peles sensíveis, telangiectasias e rosáceas. Além disso, quando aplicada no corpo, melhora a flacidez, e ativa a microcirculação. 

Rosa: é a mistura da argila branca com a vermelha, sendo mais suave que a argila verde. Tem propriedades antioxidante, calmante sendo usada para peles secas e sensíveis. 

Amarela: Apresenta grande quantidade de silício e potássio. Ajuda na nutrição e reconstrução celular.

Preta: Possui propriedades anti-inflamatórias, cicatrizante, anti artrósica e antitumoral. 

Roxa: Em sua composição contém bastante magnésio, o que lhe oferece a propriedade de síntese regeneradora de colágeno, que induz a pele a ter aspecto mais jovem. Além disso, quando aplicada na face, é usada para nutrição celular e quando aplicada no corpo, ajuda na eliminação de toxinas.

CONTRAINDICAÇÕES DA ARGILOTERAPIA

O que é argiloterapia? - TriCurioso %

A argiloterapia, não é indicada para pessoas que apresentem sensibilidade a esses produtos (alergia), ou então, se houver lesão na pele!

COMO APLICAR?

A aplicação da argiloterapia é simples e pode ser feita em casa, mas também pode ser realizada com um profissional do ramo da estética devidamente habilitado. É indicado que inicialmente, o rosto seja lavado com um sabonete neutro, em seguida seco com toalha. A argila deve ser dissolvida formando uma pasta, podendo ser utilizado água ou chás de algumas ervas que possuem efeito relaxante e calmante, como a camomila e também podem ser incorporados óleos essenciais. Deve ser aplicada essa pasta no rosto e esperar cerca de 15 minutos ao abrigo de corrente de vento. Deve ser evitado que a argila seque na pele para não causar danos como a pele muito ressecada e/ou vermelha. Por fim, é recomendado usar um hidratante para rosto, para obter melhores resultados.

Este texto contou com a colaboração do estagiário José Arion da Silva Moura, estudante do curso de Farmácia na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

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CORONAVÍRUS E TRATO GASTROINTESTINAL

coronavírus

Desde dezembro de 2019, vários casos de pneumonia de etiologia desconhecida foram relatados em Wuhan, província de Hubei, China. Em 7 de janeiro de 2020, um novo coronavírus foi identificado a partir de uma amostra de cotonete na garganta de um paciente pelo Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças. Em seguida, foi nomeado 2019 novo coronavírus (COVID ‐ 19) pela Organização Mundial de Saúde. 

Coronavirus COVID-19 vs. gripe: ¿Cuáles son las semejanzas y ...

Posteriormente, em 21 de fevereiro de 2020, quase 75.114 casos de infecções humanas por COVID-19 foram confirmados na China, com pelo menos 2.239 mortes relatadas. Além disso, casos adicionais se espalharam para outros países da Ásia, Europa, América, Oceania e África.

ESPÉCIES DE CORONAVÍRUS

Sabe-se que seis espécies de coronavírus causam doenças humanas. Entre elas o coronavírus da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV). Além disso, o coronavírus da síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV), ambos de origem zoonótica, que podem causar doenças respiratórias graves e alta mortalidade. O COVID-19 é o sétimo. A análise filogenética do genoma viral completo (29.903 nucleotídeos) mostrou que o COVID ‐ 19 está mais intimamente relacionado (89,1% de similaridade de nucleotídeos) a um grupo de coronavírus do tipo SARS. Esse fato pode explicar parcialmente o comportamento desse novo coronavírus na infecção humana.

Estudos retrospectivos de Wuhan, China, indicaram que as principais manifestações clínicas do COVID ‐ 19 são febre, tosse e dispneia (A FAMOSA DIFICULDADE PARA RESPIRAR)Sintomas menos comuns incluem a produção de expectoração, dor de cabeça, hemoptise e alguns sintomas gastrointestinais. Parece que sintomas gastrointestinais, como diarreia (2% a 10,1%) e náusea e vômito (1% a 3,6%), não são muito comuns no momento. No entanto, uma proporção significativa de pacientes apresentou inicialmente esses sintomas gastrointestinais atípicos.

Características clínicas de pacientes com coronavírus e sintomas ...

TRANSMISSÃO

Existem evidências não apenas da transmissão de animal para humano, mas também da transmissão de humano para humano do COVID-19. Esta contaminação se dá entre contatos próximos ou através de aerossóis carregados de vírus. Embora sejam necessárias mais evidências, Zhang e cols. do Hospital Popular da Universidade de Wuhan relataram a presença de ácidos nucleicos virais nas amostras fecais e nas zaragatoas anais de pacientes com COVID ‐ 19. Portanto, existe a possibilidade de transmissão fecal-oral na infecção por COVID-19. Mais atenção deve ser dada à higiene das mãos e desinfecção do vômito, fezes e outros fluidos corporais dos pacientes.

Leia também: COVID-19 – APOIE O MICROBIOMA DIANTE DA PANDEMIA

O QUE DIZEM OS ESTUDOS ANTERIORES?

Estudos anteriores descobriram vários receptores aos quais diferentes coronavírus se ligam, como a enzima conversora de angiotensina (ACE2) para SARS-CoV. Um estudo mostrou por modelagem molecular que existe uma similaridade estrutural entre os domínios de ligação ao receptor de SARS-CoV e COVID-19. O que significa que o COVID-19 pode usar ACE2 como receptor, apesar da presença de mutações de aminoácidos no COVID‐ 19 domínio de ligação ao receptor.  

Esse achado foi verificado posteriormente por outro estudo que sugeriu que anormalidades hepáticas também podem ocorrer em pacientes com COVID ‐ 19, porque os colangiócitos são alvos desses vírus por meio da ECA2. 

Sabe-se que a ACE2 é abundante nos epitélios dos pulmões e intestino em humanos, o que pode melhorar a evidência dessa possível rota para o COVID-19. Ainda outros autores indicaram que a expressão de ACE2 está localizada principalmente na superfície luminal de células epiteliais do intestino delgado diferenciadas. Em contrapartida, menor expressão foi observada nas células da cripta e no cólon. 

Eles também ligaram a função de transporte de aminoácidos da ACE2 à ecologia microbiana no trato gastrointestinal no qual os mutantes da ACE2 exibem expressão reduzida de peptídeos antimicrobianos e mostram composição microbiana intestinal alterada. Portanto, especula-se que o COVID ‐ 19 possa, até certo ponto, estar relacionado à microbiota intestinal.

CONEXÃO ENTRE PULMÃO E TRATO GASTROINTESTINAL – CORONAVÍRUS

Coronavírus: o que é, transmissão, sintomas - Biologia Net

A conexão entre o pulmão e o trato gastrointestinal não é completamente compreendida. É sabido que o trato respiratório abriga sua própria microbiota. Mas, os pacientes com infecções respiratórias geralmente apresentam disfunção intestinal ou complicações secundárias da disfunção intestinal, que estão relacionadas a um curso clínico mais grave da doença, indicando interferência intestinal e pulmonar. Esse fenômeno também pode ser observado nos pacientes com COVID ‐ 19. 

Numerosos estudos mostraram que a modulação da microbiota intestinal pode reduzir a enterite e a pneumonia associada ao ventilador. Além disso, pode reverter certos efeitos colaterais dos antibióticos para evitar a replicação precoce do vírus influenza nos epitélios pulmonares. 

Atualmente, não há evidências clínicas diretas de que a modulação da microbiota intestinal desempenhe o papel terapêutico no tratamento de COVID-19, mas especula-se que o direcionamento à microbiota intestinal pode ser uma nova opção terapêutica ou pelo menos uma opção terapêutica ADJUVANTE. 

No início de fevereiro, as orientações (versão 5) estabelecidas pela Comissão Nacional de Saúde da China e pela Administração Nacional de Medicina Tradicional Chinesa recomendam que, no tratamento de pacientes com infecção grave por COVID ‐ 19, os probióticos possam ser usados ​​para manter o equilíbrio da micro ecologia intestinal e prevenir a infecção bacteriana secundária, o que mostra que o governo chinês e as equipes médicas de primeira linha aceitam a importância do papel da microbiota intestinal na infecção por COVID-19.

PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

Enormes esforços do governo chinês e pesquisas relacionadas aceleradas foram realizadas durante esse período. Embora nenhum tratamento antiviral específico tenha sido recomendado até o momento, especula-se que os probióticos podem modular a microbiota intestinal para alterar favoravelmente os sintomas gastrointestinais e também proteger o sistema respiratório. 

Estudos futuros podem se concentrar neste ponto. Assim, seria interessante investigar se os benefícios da ECA2 na doença pulmonar podem ser mediados através da modulação da microbiota intestinal e/ou microbiota pulmonar. 

Por fim, pedi-se a todas as equipes médicas de primeira linha que sejam cautelosas e prestem mais atenção aos pacientes atípicos com uma apresentação inicial de sintomas gastrointestinais, especialmente os da área epidêmica. Espera-se que, com os esforços conjuntos e grande apoio, a COVID-19 seja superada em breve.

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REFERÊNCIAS:

2019 Novel coronavirus infection and gastrointestinal tract.