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DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL E PROBIÓTICOS

doença inflamatória intestinal

Você já ouviu falar sobre doença inflamatória intestinal?

Que tal darmos uma volta nesse assunto para tentar compreender melhor?

Como os probióticos podem ajudar nisso?

Vamos tentar esclarecer!

COMPREENDA A DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL

Doença inflamatória intestinal, também conhecida como DII, é um termo utilizado para descrever um grupo de inflamações autoimunes do trato gastrointestinal.

A DII atinge, especialmente, o intestino, parte do corpo envolvida na digestão de alimentos, absorção de nutrientes e água e, por fim, na eliminação dos resíduos (conhecidos como fezes).

Há dois tipos principais de DII: retocolite ulcerativa e doença de Crohn. Elas afetam partes diferentes do intestino e resultam em sintomas levemente diferentes.

doença inflamatória intestinal

RETOCOLITE ULCERATIVA (RCU)

Esta doença inflamatória intestinal, afeta o reto e o cólon (intestino grosso).

CARACTERÍSTICAS

As regiões afetadas do intestino formam blocos contínuos, sem regiões saudáveis. Contudo, afeta apenas o revestimento do intestino (mucosa).

doença inflamatória intestinal

Raramente são desenvolvidas fístulas. Normalmente começa antes dos 30 anos de idade. Mas pode ocorrer em qualquer idade e algumas pessoas podem não desenvolver a doença até seus 50 / 60 anos.

SINTOMAS

A pessoa acometida por esta inflamação, pode apresentar diarreia recorrente, com a presença de muco ou sangue. Essa presença de muco ou sangue algumas vezes pode ser vista a olho nu. Em contrapartida, o indivíduo também pode apresentar constipação.

Dor abdominal variável (estômago); a intensidade e a localização (o local onde ela é sentida) podem mudar.

Pode causar sensações desagradáveis na parte inferior do abdômen, acima da extremidade superior do osso do quadril ou resultar em espasmos ou dor tipo cólica no meio do abdômen.

A dor pode se tornar mais grave durante uma crise da doença. Outros sintomas incluem náusea e vômito.

Assim também, a febre geralmente acompanha a crise intensa da doença.

Perda de apetite, perda de peso e crescimento tardio de crianças nem sempre ocorrem em pacientes com RCU moderada ou média-grave. No entanto, o crescimento de algumas crianças e adolescentes pode ser limitado devido à doença.

Alguns pacientes podem apresentar tenesmo, ou seja, a sensação de querer evacuar, mesmo quando o reto está sem fezes.

A ocorrência de úlcera anal é rara, assim também, o aparecimento de fístulas.

Nesta doença inflamatória intestinal, não ocorrem sintomas neurológicos ou psiquiátricos.

DOENÇA DE CROHN (DC)

Por sua vez, a doença de Crohn afeta o cólon e/ou principalmente o intestino delgado. Contudo, pode afetar qualquer área do trato digestivo.

CARACTERÍSTICAS

A doença de Crohn, provoca uma inflamação que afeta toda espessura da parede intestinal.

As regiões afetadas do intestino se revezam com regiões saudáveis. Geralmente envolve o desenvolvimento de fístulas.

doença inflamatória intestinal

Pode ocorrer em qualquer idade, mas geralmente começa na juventude. A maioria das pessoas que desenvolve a doença de Crohn é diagnosticada antes dos 30 anos de idade.

SINTOMAS

A diarreia recorrente não ocorre tão frequentemente como na RCU. Assim também, o sangramento não é tão frequente como na RCU, mas pode ocorrer.

Constipação pode ocorrer quando outros sintomas da doença estão sob controle.

Episódios recorrentes de dor agonizante principalmente na parte inferior direita do abdômen. Isso geralmente ocorre antes de ir ao banheiro. Náusea e vômito podem ocorrer principalmente se houver um abscesso ou uma perfuração da parede intestinal.

A febre é, na maior parte das vezes, apenas baixa. Assim, temperaturas altas e calafrios indicam possíveis complicações.

Perda de apetite, perda de peso de cerca de 10-20%. Crescimento prejudicado em crianças e adolescentes é comum.

Úlcera anal e fístula podem ser os primeiros sintomas que levam à suspeita de DC.

Diferente da RCU, os pacientes acometidos com DC podem apresentar sintomas neurológicos e psiquiátricos.

DIAGNÓSTICO RCU E DV

Geralmente, para os dois tipos de doença inflamatória intestinal, o diagnóstico é realizado por uma combinação dos seguintes exames:

  • Colonoscopia ou raio-X do intestino delgado;
  • Endoscopia digestiva alta e baixa com biópsias para análise histopatológicas;
  • Tomografia computadorizada (TC) do abdome.  

TRATAMENTO PADRÃO RCU E DV

Atualmente, o principal tratamento para a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn é 5-aminossalicilatos, que são agentes anti-inflamatórios.

Para crises agudas, os médicos podem usar esteroides de curto prazo.

Além disso, se a doença não pode ser controlada, imunossupressores, tais como azatioprina, podem ser utilizados.

Caso o paciente apresente Crohn com fístulas, metronidazol pode ser adicionado.

Mas recentemente, imunomoduladores foram introduzidos para o tratamento de ambas as doenças (incluindo o infliximab, adalimumab bem como certolizumab).

Se houver suspeita de infecção, antibióticos podem ser utilizados e, ocasionalmente, a cirurgia é uma opção.

Como podemos observar, o tratamento pode chegar a ser bem agressivo e provocar uma destruição em massa da microbiota intestinal já afetada. Sendo assim, como poderíamos tentar reverter esse quadro?

COMO OS PROBIÓTICOS PODEM AJUDAR?

Estudos têm demonstrado que os probióticos podem ajudar a prevenir e tratar doenças inflamatórias do intestino. Muitos têm mostrado o benefício dos probióticos em prolongar o período de remissão em DII.

Pessoas com DII têm um número reduzido de probióticos indígenas, ou bactérias benéficas, no cólon.

Isto ocorre mesmo quando a DII está em remissão. A situação é muito pior quando a doença inflamatória intestinal está ativa.

Estudos iniciais têm mostrado um papel positivo dos probióticos no combate à retocolite ulcerativa, mas a prova da eficácia dos probióticos em ajudar pacientes com doença de Crohn ainda não está clara.

Leia também: MAS AFINAL, O QUE É PROBIÓTICO?

Tem sido demonstrado que pacientes com DII têm uma alteração no seu padrão de ácidos graxos de cadeia curta.

Estudos mostraram que realizar enemas com AGCC butirato por seis semanas, em pacientes com retocolite ulcerativa e que não respondiam ao tratamento padrão, melhorou o estado da doença.

Neste ponto, no cenário médico, parece que os probióticos terão um papel no tratamento de pacientes com DII, juntamente com os tratamentos tradicionais. Vários estudos estão em andamento para determinar quais probióticos são os mais benéficos.

TERAPIA NUTRICIONAL

Embora os probióticos ainda sejam vistos como medicamentos aqui no ocidente, eles já eram consumidos como alimentos há séculos lá pelas montanhas do Cáucaso, onde possivelmente, originou-se o Kefir, um alimento probiótico por excelência.

Sendo assim, seja para qualquer tipo de doença, principalmente as que envolvem o trato gastrointestinal, a terapia nutricional é de suma importância para um prognóstico positivo.

doença inflamatória intestinal

“A terapia nutricional é de suma importância para pacientes com DII, pois através dos alimentos podemos contribuir para diminuição da atividade da doença, manter ou recuperar o estado nutricional do paciente, aumentar o tempo de remissão da doença, modular a inflamação, equilibrar a microbiota intestinal, e assim melhorar os sintomas e a qualidade de vida como um todo”, alertam as nutricionistas Dra. Débora Palos e Dra. Érica Oliveira, do Centro da Doença Inflamatória Intestinal (CDII).  

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REFERÊNCIAS:

Probióticos para leigos – Dr. Shekhar K. Challa, 2014;

Doença inflamatória intestinal pode levar à desnutrição.