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Talvez o ácido oxálico seja o ácido orgânico mais amplamente distribuído dentre todos os demais. Por ser encontrado naturalmente em diversas plantas, incluindo vegetais, frutos e sementes. Além de ser sintetizado no nosso organismo pela ingestão de vitamina C (ácido ascórbico), que pode ser convertida em oxalato quando metabolizada pelo corpo do indivíduo.
Existe uma grande discussão referente a este ácido no que diz respeito à sua disponibilidade para o corpo, pois o excesso do ácido oxálico em nosso organismo está associado ao aparecimento de pedras nos rins, bem como o impedimento de absorção de minerais no intestino, pois, quando a microbiota intestinal não está equilibrada, as bactérias benéficas não conseguem quebrar o oxalato para que ele seja absorvido pelo corpo. Quando essa quebra do oxalato não ocorre, ele se liga aos minerais presentes no intestino, impedindo, assim, sua absorção.

MAS AFINAL, O ÁCIDO OXÁLICO É VILÃO OU MOCINHO? SERÁ QUE SEUS EFEITOS SÃO TÃO NOCIVOS QUANTO DIZEM?

SE CHEGUE, VAMOS TENTAR ESCLARECER TODAS AS DÚVIDAS EM RELAÇÃO A ESTE ASSUNTO!

Muitas são as teorias em volta da ingestão de alimentos que contenham ácido oxálico. Mas é importante dizer que relatividade é a palavra chave para essa questão. Os seres humanos são diferentes uns dos outros. Alguns são mais sensíveis a certos compostos orgânicos, devido a uma série de fatores, como por exemplo, diferentes tipos de microbiotas intestinais que por sua vez está ligada ao tipo de dieta que o indivíduo costuma ingerir.
Outro fator importante é a variação da ingestão de água de um indivíduo para outro. Esses e outros fatores, estão completamente ligados à visão do ácido oxálico como vilão ou mocinho. Tendo em vista que quem determina a quantidade de ácido oxálico que será absorvida pelo corpo é o intestino e a excreção do excesso desse mesmo composto se dá pelas fezes, bem como pela urina.

O ÁCIDO OXÁLICO PODE CAUSAR CÁLCULOS RENAIS?

Você já deve ter ouvido falar na expressão: “A diferença entre o antídoto e o veneno está na dose.” Pois bem, uma vez que nosso organismo já sintetiza o ácido oxálico a partir da vitamina C e por outro lado nós ingerimos alimentos ricos em oxalato, o excesso desse composto pode se ligar a minerais como cálcio e ferro presentes no organismo. Essa ligação dá origem a sais como oxalato de cálcio e/ou oxalato de ferro. Por sua vez, esses compostos podem se depositar nos rins e gerar as famigeradas pedras.
Contudo, não se pode afirmar que o oxalato é o único responsável pela formação desses cálculos renais. O oxalato e o cálcio estão presentes normalmente no trato urinário, geralmente em pequenas quantidades e na forma dissolvida. Desta maneira, eles não causam nenhum problema a saúde do indivíduo. O que pode gerar um problema a partir deles é o mau funcionamento dos rins. Este mau funcionamento se dá, na maioria das vezes, por conta da falta de água no organismo.
Com o volume de urina diminuído, o organismo não consegue eliminar esses sais. Sendo assim, eles se depositam nos rins formando os cálculos renais. Por isso é importante manter a ingestão de água equilibrada, para que o oxalato e o cálcio permaneçam dissolvidos no organismo.
Outra dica importante é que, caso a pessoa seja mais sensível à desenvolver pedras nos rins e isso se torne recorrente, é interessante que esta diminua os alimentos que contenham ácido oxálico em sua dieta, uma vez que ele também já é produzido pelo organismo.

ÁCIDO OXÁLICO E O INTESTINO

Sabe-se que o intestino é responsável pela absorção da maioria dos minerais. Ele também é responsável por regular a absorção do ácido oxálico no organismo.
Assim como o excesso de ácido oxálico pode causar pedras nos rins, ele pode causar déficit de nutrientes, uma vez que pode se ligar aos minerais que são absorvidos pelo intestino.
Nessa perspectiva, é de suma importância manter a microbiota intestinal equilibrada a partir de hábitos alimentares saudáveis, pois, os oxalatos podem ser quebrados pelas bactérias benéficas do intestino. Mantendo a microbiota intestinal equilibrada, a quebra do oxalato ocorrerá antes que ele consiga se ligar aos minerais disponíveis no intestino, que por consequência, também serão absorvidos pelo mesmo, junto com o oxalato quebrado pelas bactérias.
Algumas pessoas podem apresentar uma microbiota intestinal desregulada por diversos fatores, entre eles estão os hábitos alimentares e o uso de antibióticos. Neste caso, é importante inserir a ingestão de alimentos que contenham probióticos (microrganismos benéficos) em sua dieta regular. Esses alimentos auxiliam na recomposição saudável da microbiota intestinal e ajudam a manter o equilíbrio dinâmico do organismo.

VILÃO OU MOCINHO?

O ácido oxálico não faz mal, ele só precisa ser dosado e isto varia muito de pessoa para pessoa. Algumas serão mais sensíveis a ele e terão dificuldades em eliminar os sais que podem ser gerados a partir da sua ingestão.
Fique atento às respostas que seu organismo apresenta, todo mundo pode e deve usufruir de vegetais, frutos e sementes. Além disso, o ácido oxálico é um importante antioxidante, que desempenha uma função essencial no sistema imunológico, sendo um forte aliado na prevenção de doenças como o câncer.

VAMOS PENSAR!!!

Se o ácido oxálico é sintetizado pelo nosso organismo, a partir da vitamina C, naturalmente, então ele faz bem. Nosso sistema imunológico é um dos sistemas mais inteligentes que existe, ele não sintetizaria substâncias desnecessárias para nosso organismo. O que precisamos ter é cautela na ingestão de alimentos ricos em ácido oxálico. Vamos ficar de olho nas respostas que nosso organismo nos mostra.

LEMBRE-SE!!!

Uma dieta equilibrada é a chave para um vida duradoura e saudável!