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MICRONUTRIENTES, PROBIÓTICOS E COVID-19

micronutrientes

Já leu sobre o posicionamento da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) a respeito dos micronutrientes e probióticos na infecção por Covid-19?

Considerando-se a pandemia causada pelo COVID-19 bem como a preocupação da ABRAN com a promoção da saúde e prevenção de doenças, a prevalência de desnutrição específica no Brasil e o papel de vitaminas e minerais no sistema imunológico, e após análise rigorosa das evidências disponíveis até a presente data, a Associação Brasileira de Nutrologia elencou vitaminas e minerais com atuação de maior relevância no cenário da síndrome respiratória aguda grave causada pelo COVID-19 (SARS-CoV-2). Importante enfatizar que nenhum desses nutrientes trata diretamente a infecção pelo COVID-19.

Fundamentado na literatura vigente, relacionado não somente ao COVID-19, mas também a outros vírus, a ABRAN procurou descrever os efeitos benéficos dos tratamentos das deficiências específicas referentes às vitaminas A, D, C, zinco e selênio, além do possível papel dos probióticos.

VITAMINA A – MICRONUTRIENTES

Há evidências de que a suplementação de vitamina A reduz morbidade e mortalidade em várias infecções como HIV, malária, sarampo, assim também pneumonia associada a sarampo e diarreia. Resultados adversos durante infecções virais têm sido associados a baixos níveis de vitamina A. Assim, essa hipótese foi explanada em recente revisão que propõe que a vitamina A deve ser considerada em pacientes portadores de COVID-19.

Embora seja importante tratar as deficiências de micronutrientes, não existem ainda evidências de que doses supra fisiológicas de vitamina A possam prevenir ou melhorar clinicamente os portadores de COVID-19. Deve ser ressaltado que há risco de toxicidade se ingerida em altas doses. Assim, não se recomenda a ingestão de supra doses de vitamina A e de seu precursor (β-caroteno) visando diminuir esse risco.

META DIÁRIA DE INGESTÃO E ALIMENTOS FONTES DE VITAMINA A

A RDA (Recommended Dietary Allowance) é a diretriz que representa a meta diária de ingestão de nutrientes para indivíduos saudáveis. A da vitamina A é de 700 mcg/d para mulheres e 900 mcg/d para homens. Contudo, tais valores podem ser alcançados somente pela alimentação na maioria das pessoas.

Os alimentos considerados melhores fontes de vitamina A, na forma de retinol, são os de origem animal, tais como vísceras (principalmente fígado, óleos de fígado de bacalhau e de linguado gigante), além de gemas de ovos. Em contrapartida, os carotenoides são encontrados em vegetais folhosos verde-escuros e vegetais e frutas amarelo-alaranjadas (manga, mamão, abóbora, cenoura, batata doce, espinafre, mostarda e couve). Contudo, em alguns casos, a suplementação pode ser necessária. Os polivitamínicos disponíveis no mercado têm cerca de 55 até 167% da RDA.

Leia também: CORONAVÍRUS E TRATO GASTROINTESTINAL

VITAMINA C (ÁCIDO ASCÓRBICO) – MICRONUTRIENTES

Arquivo De Micronutrientes - Nutricionista Felipe Delpino ...

A vitamina C pode reduzir a suscetibilidade do hospedeiro a infecções do trato respiratório inferior sob certas condições, assim como exercer funções fisiológicas para diminuir os sintomas gripais, por sua ação anti-histamínica fraca.

Estudos controlados em humanos relataram que havia incidência significantemente menor de pneumonia em grupos de pacientes suplementados com vitamina C. Então, avaliando a suplementação de altas doses de vitamina C para pacientes com síndrome do desconforto respiratório grave, recente estudo considerou uma opção de tratamento segura em relação a desfechos secundários pesquisados (menor mortalidade após 28 dias de internação em UTIs, dias sem UTI e dias sem hospital).

Em uma revisão sistemática, a ingestão de 1g/dia de ácido ascórbico reduziu a duração da gripe (8% para adultos e 14% para crianças). Contudo, os autores não recomendaram a suplementação de rotina devido à ausência de efeito na incidência dos resfriados e gripes. Entretanto, a gravidade da gripe foi reduzida com a utilização regular de vitamina C, podendo ser considerado um tratamento seguro e de baixo custo.

QUAL A RELAÇÃO DA VITAMINA C COM COVID-19?

Com relação especificamente ao COVID-19, recente revisão sugere que a vitamina C pode ser uma das escolhas para o tratamento de suporte, embora sejam necessários estudos longos e sistemáticos. Para indivíduos sob risco de infecções virais respiratórias, a utilização de doses elevadas de vitamina C (até 2g/dia) por via oral pode ser indicada.

META DIÁRIA DE INGESTÃO E ALIMENTOS FONTES DE VITAMINA C

A deficiência de vitamina C em indivíduos vivendo na comunidade é rara, uma vez que é abundante na natureza. As principais fontes são as frutas cítricas bem como vegetais crus. As necessidades diárias recomendadas são variáveis entre países indo de 45 mg a 110 mg/d. No Brasil, adota-se a RDA de 75 mg/dia para mulheres e 90 mg/d para homens.

VITAMINA D (COLECALCIFEROL) – MICRONUTRIENTES

A atuação da vitamina D na resposta imune vem sendo amplamente estudada. Então, vários estudos mostram que o colecalciferol aumenta a expressão de peptídeos antibacterianos, contribuindo para melhor resposta imunológica do hospedeiro. A relevância da vitamina D se baseia no aumento da evidência de que sua suplementação e restauração para valores normais em pacientes infectados possam melhorar a recuperação, dessa maneira reduzindo os níveis de inflamação e melhora da ativação imunológica.

PRINCIPAIS FONTES ALIMENTARES

Quais os alimentos ricos em vitamina D - Super Clube Fit

As principais fontes alimentares são peixes com alto teor de gordura (salmão, sardinha), gema de ovo, fígado bem como leite e seus derivados.

COVID-19 E VITAMINA D

Tendo em vista a atual pandemia de COVID-19, é relevante atentarmos para a letalidade maior em pessoas acima de 60 anos. Sendo assim, nesses indivíduos se observa maior prevalência de hipovitaminose D e menor exposição solar (isolamento social) com consequente comprometimento da resposta imune.

A RDA é entre 600 a 800 UI/d. Baseado nas melhores referências disponíveis, a utilização de vitamina D entre 2.000 e 4.000UI/dia por via oral pode ser indicada em grupos de risco ou de baixa exposição solar.

Entretanto, na presença de déficit de 25-hidroxivitamina D (25 [OH] D), o colecalciferol deve ser prontamente fornecido de acordo com os resultados dos níveis séricos. A reposição recomendada por via oral é 50.000 UI / semana, se níveis séricos de 25 (OH) D <20 ng/mL e de 25.000 UI /semana, se 25 (OH) D ≥20 a <30 ng/mL.

ZINCO – MICRONUTRIENTES

Zinco é um oligoelemento essencial determinante para manutenção da função imune inata e adaptativa. Embora o mecanismo seja incerto, tem sido relatada atividade antiviral do zinco pela inibição da replicação viral em cultura de células, inibindo a atividade da polimerase do RNA do coronavírus e pela amplificação da ação antiviral de citocinas e interferon humano (IFN-α).

DEFICIÊNCIA MUNDIAL DE ZINCO

Estima-se que a deficiência mundial de zinco seja em torno de 17 a 20%, especialmente em países em desenvolvimento da África e Ásia. Nos países desenvolvidos, a deficiência de zinco ocorre em idosos, veganos/vegetarianos e em portadores de doenças crônicas, como doença inflamatória intestinal e cirrose. Sua ação contra o coronavírus foi mostrada por estudo in vitro. Estudos com relação ao novo coronavírus ainda não estão disponíveis.

ALIMENTOS FONTES DE ZINCO

Da Matta Fisioterapia: Sabe qual micronutriente também ajuda na ...

O conteúdo de zinco varia entre os alimentos. Mariscos, ostras, carnes vermelhas, fígado, miúdos e ovos são consideradas as melhores fontes de zinco. Vale ressaltar que, a absorção intestinal de zinco de alimentos vegetais não é tão grande quanto de alimentos de origem animal. Portanto, os vegetarianos podem precisar de até 50% mais de zinco na dieta do que os não vegetarianos. O nível superior de ingestão de zinco é de 40 mg por dia. Consumir mais do que essa quantidade pode aumentar o risco de deficiência de cobre, bloqueando sua absorção.

Vários micronutrientes são depletados durante a resposta inflamatória, o que torna difícil a interpretação de valores abaixo do nível de referência. Por outro lado, evidências recentes parecem mostrar que sepse recorrente está associada à concentração sérica persistentemente baixa de zinco.

Apesar da difícil interpretação do nível baixo de zinco em pacientes sob inflamação, recente revisão recomenda que, para suporte da função imune ideal, a ingestão de zinco segue a mesma da RDA e deve ser de 8 (mulheres) e de 11 (homens) mg/dia. Na vigência de diarreia aguda, recomenda-se zinco entre 20 e 40 mg/dia via oral.

SELÊNIO – MICRONUTRIENTES

Durante infecções virais, espécies reativas de oxigênio e de nitrogênio (radicais livres) são abundantemente produzidas, o que sobrecarrega o sistema de defesa antioxidante e induz desequilíbrio redox (estresse oxidativo). Tal cenário proporciona e amplifica a replicação viral, desequilibrando a resposta imunológica. O selênio ocupa papel importante na defesa antioxidante do hospedeiro e no grau de patogenicidade do vírus.

INGESTÃO DIÁRIA E ALIMENTOS RICOS EM SELÊNIO – MICRONUTRIENTES

A ingestão diária de selênio recomendada é de 55 mcg segundo a RDA. Selênio em doses mais elevadas (200 mcg) pode atuar como coadjuvante no tratamento de infecções, contudo, não podem ser utilizadas por tempo prolongado.

Deficiência em Selénio - sinais que deve ter em atenção

O conteúdo de selênio, presente em vários alimentos como a castanha do Brasil, pode variar de um local para outro de cultivo. O consumo de 3 castanhas do Brasil (15g) corresponde a recomendação diária de ingestão sugerida recentemente. Outras fontes são peixes (sardinha, salmão), fígado de boi, farelo de arroz, farinha de trigo integral.

Baseado nas melhores evidências disponíveis, a utilização de doses diárias de 55 mcg de selênio pode ser indicada e doses acima desta RDA deverão ser avaliadas conforme nível sérico. Esta dose pode ser encontrada em determinados polivitamínicos disponíveis em território brasileiro.

PROBIÓTICOS

O trato gastrintestinal humano abriga uma enorme população de microrganismos, denominado microbioma intestinal humano, que interagem entre si e sobre o epitélio e o sistema imunológico do hospedeiro. Alterações nas quantidades relativas à população e à diversidade microbiana intestinal podem romper as interações benéficas entre a microbiota e o hospedeiro (disbiose), apresentando um efeito direto na saúde humana.

PROBIÓTICOS LÍQUIDOS E A CHEGADA AO INTESTINO - BioLogicus

REPERCUSSÕES GASTROINTESTINAIS E COVID-19

Alguns pacientes portadores de infecção por COVID‐19 apresentam repercussões gastrintestinais (dor abdominal, diarreia) devido à contaminação viral direta da mucosa intestinal ou consequente às alterações do tratamento específico (medicamentos anti-virais ou anti-bacterianos, para o tratamento de infecções secundárias). Tal fato representa uma redução local significativa na quantidade de microbiota, tais como lactobacillus e bifidobacterium. O desequilíbrio microecológico pode levar à translocação bacteriana intestinal, favorecendo infecções secundárias e piora do quadro geral. 

O USO DE PROBIÓTICOS

Embora não existam estudos robustos, recomendações recentes sugerem o uso de probióticos em infecções pelo COVID‐19 reduzindo as chances de translocação bacteriana intestinal. Estudos sistemáticos suportam utilização cuidadosa de probióticos ou simbióticos, reduzindo pneumonia associada à ventilação mecânica e infecções em doenças críticas.

Para os centros que apresentarem recursos relevantes e puderem realizar análises da microbiota intestinal (por exemplo, sequenciamento da microbiota), a prescrição pode ser realizada de acordo com os resultados. A indicação de probióticos pode ser considerada nos casos de COVID-19 com diarreia, salvaguardando-se as contraindicações específicas de cada grupo de pacientes.

ATENÇÃO, PRESTE MUITA ATENÇÃO!!!

Tendo em vista as considerações acima sobre micronutrientes, sugeri-se que o fornecimento de doses diárias de vitaminas, minerais devem ser assegurados a pacientes sob risco de deficiência dos mesmos, visando maximizar a defesa nutricional geral anti-infecção pelo COVID-19.

A suplementação de vitaminas, minerais e probióticos não trata e não previne a infecção por COVID-19, porém pode otimizar a resposta imunológica, atuando como tratamento coadjuvante.

A Associação Brasileira de Nutrologia reforça que uma alimentação adequada é fundamental para a integridade do sistema imunológico. Pacientes sob risco de deficiência podem receber suplementação de acordo com avaliação médica.

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PANDEMIA – POSITIVISMO EM PEQUENAS MUDANÇAS

pandemia

Há uma expressão no nosso idioma que alguns devem conhecer: “me pegou de calças curtas”. Isto se aplica a algo que nos pega desprevenidos, sem experiência no assunto. Assim, talvez alguém tenha sentido essa sensação quando falaram na PANDEMIA, pelo fato de não levar uma vida que se preocupasse nem com alimentação, nem com higiene. De uma hora pra outra, todos aprenderam a importância da água e do sabão bem como do álcool gel. 

Como encarar e gerar oportunidades nas mudanças

PEQUENAS MUDANÇAS DURANTE A PANDEMIA

Assim como aconteceu no aspecto higiene podemos olhar também para nosso estilo de vida e fazer pequenas mudanças, começando pela triagem na hora de escolher nossos alimentos, preferindo alimentos frescos e orgânicos a alimentos ultra-processados, aumentando o consumo de frutas e verduras e, se possível, cozinhando nosso próprio alimento.

Maus hábitos alimentares e a perda de anos de vida saudáveis

Ficar em casa oferece várias oportunidades para todos nós que afirmávamos “não ter tempo para nada”. Então, talvez agora até tenhamos tempo demais e já iremos reclamar do ócio. Então que tal aproveitar para fazer pequenas mudanças na sua dieta que podem estimular sua imunidade?

Leia também: YOGA – MUITO MAIS DO QUE VOCÊ PENSA

ESTILO DE VIDA PREVENTIVO

Vamos vestir calças compridas agora pois um estilo de vida preventivo é o que contribui para não sermos pegos de calças curtas. Um  sistema imunológico forte associa exercícios, alimentação consciente assim também descanso suficiente. Alguns itens de nossa feira são apoiadores de nosso sistema imunológico, assim podem oferecer grandes resultados em nossa saúde. Esses itens são fáceis de obter, com eles poderemos fazer algumas receitas que iremos disponibilizar durante essa quarentena.

ALIMENTOS APOIADORES DA IMUNIDADE – PANDEMIA 

Limão, gengibre, alho, açafrão, coentro bem como canela, cacau, abacate, azeite extravirgem, óleo de  coco, abacate, gergelim, folhas verdes, aveia, própolis, mel, chia, linhaça, ovos caipira, tapioca, fermentados (kefir, kombucha, misso, chucrute…), grãos germinados.

QUE TAL UMAS RECEITAS RÁPIDAS?

Uma receitinha fácil para despertar o corpo pela manhã:

  • ½ limão espremido;
  • 15 gotas de extrato de própolis;
  • Mel;
  • Gengibre em pó.

Além disso você também pode fazer um suco:

  • 200 mL Kefir de frutas;
  • ½ abacate;
  • Folhas de hortelã;
  • Gengibre;
  • Sumo de limão;
  • Folha de couve;
  • 1 rodela de abacaxi;
  • Gelo a gosto.

Pequenas mudanças, grandes resultados! Então, acredite!

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ENDOMETRIOSE – POR QUE DÓI QUANDO MENSTRUO?

endometriose

Dor é uma coisa normal? Pergunta de um médico especialista em endometriose. A gente sempre fala cotidianamente “é normal sentir dor na menstruação”. Mas será que é mesmo? Há vários tipos de dores que as mulheres sentem no período menstrual, mas algumas delas referem sofrer dores insuportáveis. Então não espere mais achando que a “dor é normal”, está mais do que na hora de procurar um especialista. Você pode ter endometriose, sem saber disso, pois essa enfermidade afeta 6,5 milhões de mulheres no Brasil e 176 milhões no mundo.    

O QUE É ENDOMETRIOSE?

A endometriose é uma condição inflamatória dependente de estrogênio. Ela se se caracteriza pelo crescimento ectópico de glândulas endometriais e estroma fora da cavidade uterina. A causa direta? Não se sabe. Cura? Dizem que não existe. Alguma luz no final do túnel surge com a descoberta do microbioma humano.

Leia também: CANDIDÍASE DE REPETIÇÃO E PROBIÓTICOS

MICROBIOTA

Sabemos que temos uma microbiota diversificada em todos os tecidos, com papéis fundamentais na saúde e na doença. Assim, no sistema reprodutivo feminino, nomeadamente na vagina saudável , encontra-se uma microbiota dominada pela espécie Lactobacillus (Lactobacillus iners, Lactobacillus crispatus, Lactobacillus gasseri e Lactobacillus jensenii), que acidificam o meio e, dessa maneira, impedem que muitos patógenos possam invadir este ambiente.

Autores científicos têm relacionado a possibilidade de que a endometriose possa resultar de disbiose microbiana. Assim, isto poderia reduzir a regulação imunológica da mucosa neste tecido com expansão concomitante de bactérias patogênicas que desencadeiam inflamação local dos tecidos que poderiam perpetuar o desenvolvimento de doença endometrial.

Esta inferência suporta a teoria da menstruação retrógrada, creditando a probabilidade de migração retrógrada das bactérias patogênicas para o endométrio e tecido endometrial ectópico para sítios atípicos e ainda aprecia que a susceptibilidade genética também pode desempenhar um papel no desenvolvimento da doença, em conjunto com a disbiose microbiana.

Este crescimento anormal do tecido do endométrio provoca sintomas tão variados quanto menstruações abundantes e dolorosas bem como incômodo pélvico, problemas digestivos, dores na coluna e na cabeça, entre outras sensações que atormentam as mulheres.

MICROBIOTA ESPECÍFICA DO ENDOMÉTRIO

Já se descobriu que no endométrio há uma microbiota específica que é influenciada pelos ciclos hormonais e nas mulheres que tem essa patologia o ecosistema bacteriano vaginal está alterado. Segundo a ginecologista especialista em  Microbioterapia, Dra Di Rocco, o equilibrio da microbiota é o pilar sobre o qual se apoia o estado de saúde e devemos atuar sobre ela quando nosso microbioma se encontra alterado. Além disso, ainda considera que se deve pensar em alternativas terapêuticas passando por “mudanças no estilo de vida e na alimentação e administrando probióticos para frear a entrada de bactérias patógenas.”  A Dra. Di Rocco tem tratado pacientes administrando probióticos tanto por via oral quanto por via vaginal, um tratamento que dura três meses e relata resultados surpreendentes com melhora da qualidade de vida das pacientes em 70%. 

Parece plausível essa teoria da disbiose microbiana e a endometriose, o que abre uma janela para o tratamento dessa enfermidade num futuro próximo. Por enquanto, é aconselhável continuar ingerindo probióticos que regulem não somente o sistema reprodutivo feminino, mas todo nosso microbioma que precisa sempre estar em equilíbrio, para enfrentar as pandemias de nosso século.

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CORONAVÍRUS E TRATO GASTROINTESTINAL

coronavírus

Desde dezembro de 2019, vários casos de pneumonia de etiologia desconhecida foram relatados em Wuhan, província de Hubei, China. Em 7 de janeiro de 2020, um novo coronavírus foi identificado a partir de uma amostra de cotonete na garganta de um paciente pelo Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças. Em seguida, foi nomeado 2019 novo coronavírus (COVID ‐ 19) pela Organização Mundial de Saúde. 

Coronavirus COVID-19 vs. gripe: ¿Cuáles son las semejanzas y ...

Posteriormente, em 21 de fevereiro de 2020, quase 75.114 casos de infecções humanas por COVID-19 foram confirmados na China, com pelo menos 2.239 mortes relatadas. Além disso, casos adicionais se espalharam para outros países da Ásia, Europa, América, Oceania e África.

ESPÉCIES DE CORONAVÍRUS

Sabe-se que seis espécies de coronavírus causam doenças humanas. Entre elas o coronavírus da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV). Além disso, o coronavírus da síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV), ambos de origem zoonótica, que podem causar doenças respiratórias graves e alta mortalidade. O COVID-19 é o sétimo. A análise filogenética do genoma viral completo (29.903 nucleotídeos) mostrou que o COVID ‐ 19 está mais intimamente relacionado (89,1% de similaridade de nucleotídeos) a um grupo de coronavírus do tipo SARS. Esse fato pode explicar parcialmente o comportamento desse novo coronavírus na infecção humana.

Estudos retrospectivos de Wuhan, China, indicaram que as principais manifestações clínicas do COVID ‐ 19 são febre, tosse e dispneia (A FAMOSA DIFICULDADE PARA RESPIRAR)Sintomas menos comuns incluem a produção de expectoração, dor de cabeça, hemoptise e alguns sintomas gastrointestinais. Parece que sintomas gastrointestinais, como diarreia (2% a 10,1%) e náusea e vômito (1% a 3,6%), não são muito comuns no momento. No entanto, uma proporção significativa de pacientes apresentou inicialmente esses sintomas gastrointestinais atípicos.

Características clínicas de pacientes com coronavírus e sintomas ...

TRANSMISSÃO

Existem evidências não apenas da transmissão de animal para humano, mas também da transmissão de humano para humano do COVID-19. Esta contaminação se dá entre contatos próximos ou através de aerossóis carregados de vírus. Embora sejam necessárias mais evidências, Zhang e cols. do Hospital Popular da Universidade de Wuhan relataram a presença de ácidos nucleicos virais nas amostras fecais e nas zaragatoas anais de pacientes com COVID ‐ 19. Portanto, existe a possibilidade de transmissão fecal-oral na infecção por COVID-19. Mais atenção deve ser dada à higiene das mãos e desinfecção do vômito, fezes e outros fluidos corporais dos pacientes.

Leia também: COVID-19 – APOIE O MICROBIOMA DIANTE DA PANDEMIA

O QUE DIZEM OS ESTUDOS ANTERIORES?

Estudos anteriores descobriram vários receptores aos quais diferentes coronavírus se ligam, como a enzima conversora de angiotensina (ACE2) para SARS-CoV. Um estudo mostrou por modelagem molecular que existe uma similaridade estrutural entre os domínios de ligação ao receptor de SARS-CoV e COVID-19. O que significa que o COVID-19 pode usar ACE2 como receptor, apesar da presença de mutações de aminoácidos no COVID‐ 19 domínio de ligação ao receptor.  

Esse achado foi verificado posteriormente por outro estudo que sugeriu que anormalidades hepáticas também podem ocorrer em pacientes com COVID ‐ 19, porque os colangiócitos são alvos desses vírus por meio da ECA2. 

Sabe-se que a ACE2 é abundante nos epitélios dos pulmões e intestino em humanos, o que pode melhorar a evidência dessa possível rota para o COVID-19. Ainda outros autores indicaram que a expressão de ACE2 está localizada principalmente na superfície luminal de células epiteliais do intestino delgado diferenciadas. Em contrapartida, menor expressão foi observada nas células da cripta e no cólon. 

Eles também ligaram a função de transporte de aminoácidos da ACE2 à ecologia microbiana no trato gastrointestinal no qual os mutantes da ACE2 exibem expressão reduzida de peptídeos antimicrobianos e mostram composição microbiana intestinal alterada. Portanto, especula-se que o COVID ‐ 19 possa, até certo ponto, estar relacionado à microbiota intestinal.

CONEXÃO ENTRE PULMÃO E TRATO GASTROINTESTINAL – CORONAVÍRUS

Coronavírus: o que é, transmissão, sintomas - Biologia Net

A conexão entre o pulmão e o trato gastrointestinal não é completamente compreendida. É sabido que o trato respiratório abriga sua própria microbiota. Mas, os pacientes com infecções respiratórias geralmente apresentam disfunção intestinal ou complicações secundárias da disfunção intestinal, que estão relacionadas a um curso clínico mais grave da doença, indicando interferência intestinal e pulmonar. Esse fenômeno também pode ser observado nos pacientes com COVID ‐ 19. 

Numerosos estudos mostraram que a modulação da microbiota intestinal pode reduzir a enterite e a pneumonia associada ao ventilador. Além disso, pode reverter certos efeitos colaterais dos antibióticos para evitar a replicação precoce do vírus influenza nos epitélios pulmonares. 

Atualmente, não há evidências clínicas diretas de que a modulação da microbiota intestinal desempenhe o papel terapêutico no tratamento de COVID-19, mas especula-se que o direcionamento à microbiota intestinal pode ser uma nova opção terapêutica ou pelo menos uma opção terapêutica ADJUVANTE. 

No início de fevereiro, as orientações (versão 5) estabelecidas pela Comissão Nacional de Saúde da China e pela Administração Nacional de Medicina Tradicional Chinesa recomendam que, no tratamento de pacientes com infecção grave por COVID ‐ 19, os probióticos possam ser usados ​​para manter o equilíbrio da micro ecologia intestinal e prevenir a infecção bacteriana secundária, o que mostra que o governo chinês e as equipes médicas de primeira linha aceitam a importância do papel da microbiota intestinal na infecção por COVID-19.

PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

Enormes esforços do governo chinês e pesquisas relacionadas aceleradas foram realizadas durante esse período. Embora nenhum tratamento antiviral específico tenha sido recomendado até o momento, especula-se que os probióticos podem modular a microbiota intestinal para alterar favoravelmente os sintomas gastrointestinais e também proteger o sistema respiratório. 

Estudos futuros podem se concentrar neste ponto. Assim, seria interessante investigar se os benefícios da ECA2 na doença pulmonar podem ser mediados através da modulação da microbiota intestinal e/ou microbiota pulmonar. 

Por fim, pedi-se a todas as equipes médicas de primeira linha que sejam cautelosas e prestem mais atenção aos pacientes atípicos com uma apresentação inicial de sintomas gastrointestinais, especialmente os da área epidêmica. Espera-se que, com os esforços conjuntos e grande apoio, a COVID-19 seja superada em breve.

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REFERÊNCIAS:

2019 Novel coronavirus infection and gastrointestinal tract.

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COVID-19 – APOIE O MICROBIOMA DIANTE DA PANDEMIA

covid-19

Tempos sem precedentes. Pandemia pelo COVID-19. Fronteiras cerradas. População confinada. Eventos culturais bem como desportivos cancelados ou adiados. Bares assim também restaurantes fechados. Pânico! O que podemos fazer nessa hora? É importante lembrar que pelo menos 70% do nosso sistema imunológico encontra-se no intestino.

Quais são as principais bactérias do microbioma intestinal ...

Proteger a nossa saúde, cuidando do nosso microbioma intestinal. Por fora, tomamos todas as precauções higiênicas possíveis enquanto por dentro construímos nossas defesas, fortalecendo nosso sistema imunológico. 

SISTEMA IMUNOLÓGICO

O sistema imunológico é complexo e muitos fatores afetam a sua função, sendo que a maioria destes fatores não estão codificados nos nossos genes, mas são influenciados pelo estilo de vida e pelo mundo que nos rodeia.

Perguntas e respostas sobre o Covid-19 | Saúde Naval

Sendo assim, cuidar dos trilhões de microrganismos que vivem no nosso intestino, apoiando o sistema imunológico, é uma boa maneira de enfrentar essa pandemia. 

Leia também: MÚSICA – JÁ OUVIU FALAR EM MUSICOTERAPIA?

APOIANDO O MICROBIOMA CONTRA A COVID-19

MANTENHA SUA DIETA SAUDÁVEL E EQUILIBRADA

Comer bem é uma forma de aumentar a diversidade microbiana. Assim, alimentos ricos em fibra devem ser os preferidos, evitando alimentos ultra-processados, sem vitalidade. 

Opte por alimentos fermentados  como iogurtes naturais, Kefir, Kombucha bem como queijos artesanais (se você costuma consumir, os melhores são os maturados ou aqueles que contêm microrganismos). 

Frutas, vegetais, nozes, sementes assim também grãos inteiros; gorduras saudáveis como azeite virgem extra de alta qualidade; além disso, carne magra ou peixe.

Faça sua feira semanal ou quinzenal, de preferência escolhendo os produtos orgânicos. Enquanto durar a quarentena, você pode congelar alguns alimentos que durarão mais tempo que se estiverem na geladeira.

Escolher alimentos que apoiam um microbioma intestinal saudável é muito mais importante do que estocar papel higiênico. 

ADMINISTRE BEM SUA SAÚDE MENTAL   

Evite excesso de informações. Aproveite o tempo para colocar a leitura em dia.

Sem estresse. Um guia de meditação para quem precisa dar um tempo ...

MANTENHA-SE FISICAMENTE ATIVO – CONTRA A COVID-19  

Essa é uma oportunidade de fazer alguns exercícios com a família; muitos profissionais de saúde estão disponibilizando aulas online. Então, aproveite!

Sem poder ir à academia? Exercícios para fazer em casa e manter a ...

DURMA BEM  

Um corpo descansado é um corpo forte e que pode enfrentar bem as atividades do dia.

EVITE O EXCESSIVO CONSUMO DE ÁLCOOL – CONTRA COVID-19

Álcool em excesso  é um veneno para o microbioma intestinal, assim pode baixar o sistema imunológico e provocar inflamação. Talvez seja a hora de tomar aquela taça de vinho tinto que contém polifenóis além do álcool e é preconizada por alguns médicos para algumas pessoas como protetor cardiovascular. 

Proteja a si mesmo e aos outros. Use todas as medidas de higiene para sua proteção diária e ofereça ajuda aos outros, mesmo que seja uma simples palavra de ânimo por telefone. Além disso, fazer vídeo chamadas ajuda a liberar o stress do isolamento.

XÔ COVID-19!!!

Toxic Coronavirus GIF - Toxic Coronavirus Corona - Discover ...

Vamos aprender coisas novas e focar no que é positivo!

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DISBIOSE INTESTINAL EM IDOSOS

disbiose intestinal em idosos

Vamos entender os impactos da disbiose intestinal em idosos?

A disbiose intestinal pode ocasionar a multiplicação de bactérias patogênicas e, consequentemente, a produção de toxinas metabólicas que podem induzir os processos inflamatórios.

Como prebióticos, probióticos e simbióticos podem auxiliar?

A disbiose é considerada uma alteração indesejável da microbiota intestinal. É resultado de um desequilíbrio entre as bactérias protetoras e patogênicas. Presentes na alimentação, os probióticos e prebióticos atuam na manutenção da composição da microbiota intestinal, produzindo efeitos benéficos.

Dessa forma, torna-se importante conhecer as evidências científicas sobre a disbiose intestinal no envelhecimento. Visto que o próprio fator idade poderá ser um desencadeador do processo de disbiose.

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O intestino do idoso sofre alterações fisiológicas ao longo dos anos. Assim, quando aliado ao hábito alimentar inadequado, estresse, uso de antibióticos, entre outros fatores, esse órgão poderá se tornar mais vulnerável ao aparecimento da disbiose. Os probióticos e prebióticos poderão auxiliar no tratamento dessa disbiose, contribuindo para uma microbiota intestinal mais saudável.

ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO

O envelhecimento da população é uma realidade mundial que vem ocorrendo em um ritmo muito acentuado e sem precedentes na história da humanidade (CORRAL, 2010).

A estimativa é que esse número alcance 1 bilhão em menos de dez anos e que duplique até 2050, alcançando, então, 2 bilhões de pessoas idosas, ou seja, 22% da população global (LISBOA; CHIANCA, 2012).

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Estima-se que a população mundial de idosos aumentará mais 300% nos próximos 50 anos, chegando a quase 2 bilhões, em 2050. No Brasil, as projeções mostram que, no ano de 2025, terá 32 milhões de pessoas idosas, colocando o país na sétima posição mundial em contingente de idosos (IBGE, 2000).

QUAL A DEFINIÇÃO DE ENVELHECIMENTO?

O envelhecimento é definido como um processo progressivo. Neste processo ocorrem alterações biológicas, funcionais, psicológicas. Assim, com o passar do tempo, tendem a promover o declínio das funções (TEIXEIRA, 2010; MAHAN; STUMP, 2011).

Por conta dessas mudanças progressivas no organismo, todos os sistemas sofrem alterações, assim como o aparelho digestório. Ele desenvolve alterações estruturais, de motilidade e da função secretora, que variam em intensidade e natureza, em cada segmento do aparelho (DIAS et al., 2000).

DISBIOSE INTESTINAL EM IDOSOS

No intestino, ocorre a redução da superfície da mucosa e das vilosidades, alterações na motilidade, permitindo uma hiperproliferação de bactérias. Com essas alterações, poderá ocorrer um meio propício para o aparecimento de doenças do trato gastrintestinal. Uma dessas doenças é a disbiose intestinal (CAVALLI et al., 2011).

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Uma alteração indesejável da microbiota resulta em um desequilíbrio entre as bactérias protetoras e patogênicas. A esse desequilíbrio chamamos disbiose (CHAN et al., 2013). Segundo Hawrelak et al. (2004), a disbiose é um estado no qual a microbiota produz efeitos nocivos, promovendo mudanças qualitativas e quantitativas na microbiota intestinal em si, em suas atividades metabólicas e em sua distribuição local.

QUAIS AS CAUSAS DA DISBIOSE?

As possíveis causas da disbiose são a má alimentação, a idade avançada, o estresse, a disponibilidade de material fermentável. Assim também a má digestão, o tempo de trânsito intestinal, o pH intestinal e o estado imunológico do hospedeiro.

Outros fatores que podem ser atribuídos às causas do aparecimento dessa doença são: o uso indiscriminado de antibióticos, de anti-inflamatórios hormonais e não hormonais; o abuso de laxantes; o consumo excessivo de alimentos industrializados; a excessiva exposição às toxinas ambientais; as doenças, como câncer e síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS); as disfunções hepatopancreáticas; o estresse; a diverticulose e a hipocloridria, comum em pessoas idosas, associada a não destruição das bactérias patogênicas pela acidez estomacal (ALMEIDA et al., 2009).

Surge, então, a necessidade de uma nova ótica em nutrição, com a utilização dos alimentos não
apenas para saciar a fome e fornecer energia ao corpo, mas também como forma de prevenção ao desenvolvimento de patologias. Nesse contexto, entram em cena os chamados alimentos funcionais, com destaque ao prébioticos, probióticos e simbióticos.

A nutrição funcional é uma alternativa para tratamento, prevenção e controle da disbiose intestinal. Isto porque usa a importância da funcionalidade do trato gastrintestinal como princípio básico. Além de dar atenção à especificidade bioquímica, terapêutica voltada ao paciente e não à patologia. Assim também a estabilidade nutricional biodisponibilidade de nutrientes e a intervenção de fatores externos à saúde orgânica (ALMEIDA et al., 2009; GAVANSKI, 2015).

ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS LIGADAS AO ENVELHECIMENTO – DISBIOSE INTESTINAL EM IDOSOS

As alterações fisiológicas ligadas ao envelhecimento não são as únicas responsáveis pelo declínio das funções orgânicas. Alguns fatores concomitantes ao processo de envelhecimento podem causar uma interferência na funcionalidade do organismo. Inclusive no trato gastrintestinal, como dieta habitual, meio ambiente, atividade física. Assim também composição corporal, patologias, medicamentos, tabagismo e o estresse (NESELLO, 2011).

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E NO INTESTINO DELGADO?

No intestino delgado, com o processo de envelhecimento, ocorre o enfraquecimento muscular e,
consequentemente, alterações na peristalse, nos plexos nervosos e na musculatura do esfíncter exterior. No reto e ânus, são observadas alterações no espessamento da mucosa e alterações dos níveis de colágeno. Sendo assim, encurta a força muscular e limita a capacidade de retenção fecal volumosa (FERRIOLLI et al., 2006).

TRATO GASTROINTESTINAL HUMANO – DISBIOSE INTESTINAL EM IDOSOS

O trato gastrintestinal humano é colonizado por microrganismos que, em sua maioria, são bactérias. Além disso, temos também vírus e abrigamos dez vezes mais bactérias que o número de células que formam nosso organismo.

A composição bacteriana é diferente de cada pessoa, na qual partes são definidas geneticamente e outras por características individuais e ambientais. Sendo elas o modo do nascimento, parto normal ou cesariana, idade e hábitos alimentares, que contribuem para essa variedade da microbiota intestinal (MORAES et al., 2014).

Leia também: Prebióticos X Probióticos X Simbioticos

Em condições homeostáticas, a microbiota intestinal exerce um papel central em numerosos
aspectos benéficos. No entanto, em situações, como na presença de diarreias agudas, no tratamento antimicrobiano ou nas intervenções dietéticas restritivas, pode ocorrer um desequilíbrio e o crescimento excessivo das espécies patogênicas, tais como o Clostridium difficile (BÚRIGO et al., 2007). Os distúrbios no ecossistema intestinal são geralmente caracterizados pelo aumento de Enterobactérias e Streptococcus no intestino delgado (SARON et al., 2005).

Já no envelhecimento, podem ocorrer redução das colônias de bacteroides, bifidobacterias e menor produção de ácidos graxos de cadeia curta. Em contrapartida há crescimento de anaeróbios facultativos, como fusobactérias, clostrídeos, eubactérias e maior atividade proteolítica.

Essas variações podem estar relacionadas à dieta, pois os alimentos ingeridos pelos indivíduos servirão de combustíveis às bactérias intestinais. Assim, uma dieta e hábitos alimentares inadequados poderão contribuir para o aparecimento da disbiose (MORAES et al., 2014).

DESEQUILÍBRIO DA MICROBIOTA INTESTINAL – DISBIOSE INTESTINAL EM IDOSOS

Quando ocorre um desequilíbrio na microbiota intestinal normal, por meio de doenças ou da má alimentação, as condições de competição desaparecem. Sendo assim, modifica-se o ambiente, criando um meio que propicia a proliferação de microrganismos transitórios e outros patogênicos sobreviventes.

Esse desequilíbrio da microbiota intestinal é chamado de disbiose. Uma condição de competição bacteriana, ocorrendo um aumento das bactérias patogênicas e a diminuição das benéficas (SANTOS; VARAVALLO, 2011).

A disbiose é um problema grave, por isso deve ser muito bem investigada e tratada (ALMEIDA et al., 2009). Muitos fatores afetam a composição da microbiota intestinal. Entre eles estão a idade do individuo, requerimento nutricional e estado imunológico, pH estomacal. Assim também estresse, uso de antibióticos, drogas imunossupressoras, anti-inflamatórios, pílulas anticoncepcionais. Além disso, laxantes, tempo de trânsito intestinal, interações entre os componentes da microbiota intestinal e presença de material fermentável no intestino (SARON et al., 2005; FAGUNDES, 2010).

Diante do quadro de disbiose, a mucosa do trato gastrintestinal não desempenhará com eficiência uma barreira. Sendo assim, excluirá numerosos antígenos derivados dos microrganismos e dos alimentos (HANSON et al., 1999).

CONSEQUÊNCIAS ADVINDAS DA DISBIOSE

As consequências advindas da disbiose estão associadas com diversas patologias, como, por exemplo, o câncer. Segundo Fagundes (2010), bactérias intestinais patogênicas produzem carcinógenos poderosos, como agente alquilantes e compostos nitrosos.

Além disso, metabólitos bacterianos podem possuir atividade genotóxica, mutagênica ou carcinogênica. Sendo assim, vão contribuir para o desenvolvimento de câncer, em um longo período de exposição.

É interessante destacar que esse longo período de exposição é justamente o que ocorre na disbiose intestinal. Uma vez que, na maioria dos casos, esse processo se inicia nos primeiros meses ou anos de vida e o câncer surge 30 ou 60 anos depois.

O diagnóstico da disbiose pode ser feito pela história de constipação crônica, flatulência e distensão abdominal; sintomas associados como fadiga, depressão ou mudanças de humor, culturas bacterianas fecais; e pelo exame clínico que revela abdome hipertimpânico e dor à palpação, particularmente do cólon descendente (ALMEIDA et al., 2009).

A constipação intestinal é também um dos fatores que ajudam no desenvolvimento da disbiose intestinal. Pois, altera a microbiota saudável do intestino, ocorrendo competição, onde as bactérias patogênicas ganham e, com isso, produzem toxinas que afetam a saúde do indivíduo (FAGUNDES, 2010).

Na população idosa, a constipação constitui um problema sanitário importante. Tornando-se responsável por cerca de 2,5 milhões de visitas médicas. Assim, indiretamente, por 92 mil hospitalizações, nos Estados Unidos, a cada ano. Já no Brasil, a prevalência de constipação intestinal encontrada no estudo de Klaus e col. (2015) foi de 42,5%.

COMO PROBIÓTICOS, PREBIÓTICOS E SIMBIÓTICOS PODEM AUXILIAR NA DISBIOSE INTESTINAL EM IDOSOS?

A ingestão de probióticos, prebióticos e simbióticos são muito importantes. Pois as bifidobactérias produzem sais orgânicos que estimulam o peristaltismo. Assim, aceleram o trânsito intestinal e, por consequência, melhorando a constipação intestinal.

O consumo de alimentos probióticos promove a diminuição da quantidade de substâncias putrefativas presentes nas fezes (tais como amônia). Além disso, melhora a constipação intestinal pelo aumento de volume da massa fecal (ANTUNES et al., 2007).

PROBIÓTICOS

A influência benéfica dos probióticos sobre a microbiota intestinal humana inclui fatores como competição bem como efeitos imunológicos promovendo o aumento da resistência contra patógenos. Dessa forma, a utilização de prebióticos estimula a multiplicação de bactérias benéficas que, por consequência, diminui a proliferação de bactérias patogênicas, aumentando os mecanismos naturais de defesa do organismo (SAAD, 2006).

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Os probióticos também são importantes na regulação do sistema imune, principalmente pelo controle do balanço das citocinas pró e anti-inflamatórias, melhora das respostas imunoglobulina A (IgA) e componentes celulares das bifidobactérias que agem como imunomoduladores. Assim, trabalhos experimentais confirmam essa capacidade imunoestimuladora que significa o aumento de anticorpos, da atividade de macrófagos, do número de células killer, do número de células T e de interferon (STEFE et al., 2008).

O uso de antibióticos, uma prática comum entre os idosos, traz consequentemente o aumento de infecções, pois esses antibióticos alteram a função dos macrófagos. Essa alteração é reconstituída pelo aporte de peptídeos de baixo peso molecular, obtidos da microbiota intestinal.

Alguns estudos têm demonstrado que o suplemento com probióticos reconstitui os componentes da parede bacteriana, com o peptídeoglicano, estimulando a função dos macrófagos (STEFE et al., 2008).

PREBIÓTICOS

São componentes alimentares que não são digeridos pelo organismo. São importantes, pois estimulam a proliferação ou atividade das bactérias benéficas para o organismo no cólon. Além disso, podem inibir o crescimento de bactérias patogênicas, garantindo benefícios à saúde do hospedeiro. Os prebióticos têm a sua atuação principal no intestino grosso, mas também podem ter algum impacto na microbiota do intestino delgado (SAAD, 2006).

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Os oligossacarídeos, que contêm frutose, como a oligofrutose bem como inulina, têm o potencial de estimular as bifidobactérias do cólon. Há várias pesquisas em humanos que confirmam os benefícios à saúde da ingestão de inulina, promovendo a melhora das funções intestinais e da microbiota colônica e ainda o aumento na absorção de minerais.

Os estudos científicos evidenciam um aumento significativo no número de bifidobactérias, após ingestão de inulina e/ou oligofrutoses. Além disso, as contagens permaneceram estáveis, mediante a ingestão contínua do prebiótico e diminuíram progressivamente, quando retirada a administração, sugerindo que o efeito benéfico associou-se ao uso contínuo dos prebióticos (PIMENTEL et al., 2012).

As ingestões diárias desses prebióticos podem resultar em um aumento de bifidobactérias, e a adesão dessas bactérias ao trato gastrintestinal, mudando a composição de sua microbiota. Ao mesmo tempo, acabam sendo inibidores de crescimento de bactérias patogênicas, como Escherichia coli, Clostridium perfringens, entre outras (PASSOS; PARK, 2003; SAAD, 2006).

SIMBIÓTICOS

São produtos nos quais os probióticos e os prebióticos estão combinados. Então, a interação entre o probiótico e o prebiótico in vivo pode ser favorecida por uma adaptação do probiótico ao substrato prebiótico anterior ao consumo, podendo melhorar enormemente a eficácia das bactérias viáveis e resultando em uma vantagem competitiva para o probiótico, se ele for consumido juntamente com o prebiótico (SAAD, 2006).

A combinação existente nos simbióticos deve possibilitar a sobrevivência da bactéria probiótica no alimento e nas condições do meio gástrico, possibilitando sua ação no intestino grosso (STEFE et al., 2008).

Para que os probióticos exerçam seus efeitos, se faz necessário uma ingestão diária. O produto alimentício precisa conter 10⁶ a 10⁹ (UFC). Os prebióticos precisam de doses diárias a partir de 4 a 5 g, chegando até 20g, sendo inulina, oligofrutose e/ou FOS, que, quando administradas durante pelo menos 15 dias, são eficientes para garantir o estímulo da multiplicação de bifidobactérias no cólon (KOMATSU et al., 2008).

As culturas probióticos, prebióticos e simbióticos são chaves para restabelecer a microbiota intestinal, quando ocorre a disbiose (SANTOS; VARAVALLO, 2011).

A possibilidade de manipular a microbiota intestinal por introdução na dieta dos prebióticos e/ou probióticos permite potencializar essas capacidades benéficas, contribuindo com uma microbiota intestinal mais saudável (SARON et al., 2005).

TRATAMENTO DA DISBIOSE

O tratamento da disbiose consiste na abordagem dietética, por meio da ingestão de alimentos que contenham probióticos e/ou prebióticos.

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Nos casos mais críticos, pode haver a necessidade de lavagens colônicas (hidrocolonterapia), para remover conteúdos putrefativos do intestino e permitir a drenagem linfática do cólon, o tratamento nutricional por sua vez, tem início com a inserção de alimentos que contenham probióticos e/ou prebióticos associados ao uso ou não de simbióticos, podendo contribuir para melhora no quadro geral do paciente (ALMEIDA et al.,2009).

Sendo assim, as campanhas de educação nutricional tornam-se importantes para promover a saúde por meio de melhores práticas alimentares e do autocuidado dos indivíduos, já que uns dos principais problemas de saúde nos idosos estão relacionados diretamente com a alimentação e o estilo de vida (WACHHOLZ et al., 2012). As evidências atuais revelam que os fatores dietéticos afetam o ecossistema microbiano no intestino (CHAN et al., 2013).

FIQUE LIGADO!!!

O intestino do idoso sofre alterações fisiológicas ao longo dos anos e, quando aliado aos hábitos
alimentares inadequados, ao estresse, ao uso de antibióticos, entre outros fatores, esse órgão poderá se tornar mais vulnerável ao aparecimento da disbiose.

A disbiose intestinal tem tratamento, que consiste em uma reeducação alimentar e suplementação com o uso diário de probióticos e/ou prebióticos e/ou simbióticos, que terão um papel importante na composição da microbiota intestinal, diminuindo e até eliminando os sintomas do desequilíbrio das bactérias intestinais.


É possível prevenir a disbiose intestinal em idosos, com hábitos de vida saudáveis, como
a prática de atividade física, alimentação adequada e com a ingestão alimentar diária de probióticos, prebióticos e simbióticos.

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REFERÊNCIAS:

Disbiose intestinal em idosos e aplicabilidade dos probióticos e prebióticos, Conrado B. Cadernos UniFOA, Edição 36, Abr 2018.

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HPV E PROBIÓTICOS – ENTENDA A RELAÇÃO

hpv e probióticos

Vamos entender a relação entre HPV e probióticos?

Quando falamos sobre infecções sexualmente transmissíveis nos deparamos com um tema tabu. Muitas pessoas preferem não debater sobre o assunto e evitam informações a respeito. Como se isso fosse fazer com que essa realidade não exista.

Pelo contrário, tal comportamento pode ser extremamente prejudicial para a prevenção e tratamento das ISTs. Este é o caso do HPV (Papilomavírus Humano), que podem provocar verrugas, coceiras, lesões. Além disso, em alguns casos mais sérios, o câncer no colo do útero, no ânus, orofaringe e boca.

A falta de conhecimento e informação a respeito apenas perpetuam a doença. Assim também, fazem com que jovens e adultos não busquem se prevenir contra elas ou se tratarem por receio e vergonha.

O QUE É E COMO PREVENIR INFECÇÕES POR HPV

O HPV é uma das ISTs mais recorrentes no mundo todo. Existem mais de 150 tipos, onde pelo menos 13 deles são cancerígenos.

Geralmente o HPV é contraído por homens e mulheres, jovens e adultos. No entanto, boa parte de sua incidência está entre os jovens logo quando perdem a virgindade.

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Esse vírus pode ficar “adormecido” por vários anos. Além disso, boa parte dos casos podem não apresentar sintomas visíveis, apenas subclínicos. De modo que, mais de 85% dos casos de infecção por HPV podem desaparecer em até 2 anos sem, necessariamente, precisarem de tratamento.

Mas quando o vírus se manifesta os sintomas costumam surgir entre 2 a 8 meses após a infecção, necessitando, assim, intervenção médica.

Leia também: OVÁRIO POLICÍSTICO E MICROBIOTA INTESTINAL

E como se prevenir do HPV? O primeiro passo para a prevenção de infecções por HPV é a informação. Ou seja, enquanto não houver um debate e diálogos a respeito de ISTs como o HPV, mas pessoas podem acabar contraindo o vírus.

Desse modo, enquanto as pessoas verem esse tema como tabu poderá ser mais difícil prevenir e até tratar do problema. Após dito isso, há outras possibilidades de prevenção contra o vírus

A primeira delas é a mais clichê que existe: o uso do preservativo, que apesar de não ser totalmente eficiente contra o HPV. Pois, há regiões em que podem apresentar lesões do vírus que não são protegidas pela camisinha, mas é um primeiro passo.

Inclusive, o preservativo feminino consegue ser ainda mais eficiente na prevenção de HPV do que mesmo a camisinha masculina.

O outro método de prevenção contra o HPV é a vacina. Esta deve ser aplicada em duas doses tanto em meninas de 9 a 14 anos, como meninos de 11 a 14 anos.

O QUE PROBIÓTICOS TÊM A VER COM HPV?

Atualmente, muito tem-se estudado sobre a microbiota vaginal. Que é mais popularmente conhecida como flora vaginal, pois sua composição tem relação com algumas doenças, como o câncer.

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O organismo é considerado saudável quando apresenta vários tipos de bactérias. Entretanto, na microbiota vaginal o que se espera é que não haja muita diversidade bacteriana e sim a prevalência de uma ou poucos tipos de lactobacillus.

Quando há a diminuição dos lactobacillus e o crescimento de bactérias anaeróbicas, surge o que é popularmente conhecido como vaginose bacteriana. Desse modo, os lactobacillus, se mostram como protetores contra o HPV. Por outro lado, sua ausência proporciona a permanência do vírus.

Os lactobacillus produzem ácidos láticos que conseguem manter o pH vaginal mais ácido e assim produzir uma espécie de barreira. Esta barreira irá inibir a proliferação de outras bactérias na vagina e também do HPV.

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Se por um lado o aumento dos lactobacillus se mostram vantajosos para o controle do HPV, as mulheres com vaginose bacteriana, provocadas pela diminuição dos lactobacillus, correm mais risco de infecção pelo próprio vírus.

É nesse ínterim que os probióticos entram em ação. Os estudos sugerem que se administre de forma oral probióticos de lactobacillus para melhorar a microbiota vaginal. Dessa forma, uma barreira protetora será criada.

Sendo assim, os probióticos funcionam como uma vantajosa opção tanto para o tratamento de infecções por HPV como para a prevenção dessa infecção viral.

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PROTEÍNA DO LEITE E PROBIÓTICOS

proteína do leite e probióticos

Vamos entender a relação entre a proteína do leite e probióticos?

A proteína do leite é um nutriente fundamental ao bom funcionamento de uma série de funções vitais do organismo. Ela está presente em alimentos indispensáveis, como, por exemplo, o leite da vaca e seus derivados.

No entanto, algumas pessoas podem ter alergias a essa proteína do leite, especialmente crianças. Para reduzir os efeitos dessa alergia, muitos recomendam o consumo de alimentos e suplementos probióticos.

Com o intuito de explicar se essa recomendação é adequada, preparamos um conteúdo específico sobre o assunto. Explicamos o que é a proteína do leite e a alergia a esse nutriente e indicamos alguns alimentos probióticos. Confira!

O QUE É A PROTEÍNA DO LEITE? 

Conforme já mencionamos, a proteína do leite é um nutriente indispensável para o corpo.

proteína do leite e probióticos

Isso porque ela tem um elevado valor biológico. De fato, o consumo de leite pode suprir de maneira adequada a maior parcela da demanda proteica do organismo.

Ademais, essas proteínas são ricas em aminoácidos essenciais, os quais não podem ser produzidos pelo corpo.

Por isso, esse alimento é essencial às crianças, visto que estas se encontram em fase de crescimento.

De fato, as proteínas do leite podem contribuir para o fortalecimento do sistema imunológico, além de auxiliar na proteção dos sistemas gástrico e cardiovascular.

Ademais, elas são fundamentais para o ganho de peso do feto durante a gestação.

O QUE É A APLV?

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A alergia à proteína do leite de vaca é uma condição que afeta milhares de pessoas em todo o mundo, sendo boa parte delas crianças.

Em linhas gerais, essa alergia consiste em uma resposta do sistema de defesa do organismo às proteínas contidas no leite.

Essa reação ocorre por que as proteínas são recebidas pelo organismo como substâncias invasoras.

Ao fazer esse reconhecimento, o corpo passa a liberar células envolvidas em processos inflamatórios.

Essas células, por sua vez, podem provocar uma série de sintomas e transtornos. 

Entre eles, podemos elencar problemas respiratórios, alergias na pele, distúrbios gastrointestinais, etc. Problemas sistêmicos, como a anafilaxia, também podem ocorrer.

Leia também: ALERGIAS E INTOLERÂNCIA – DE ONDE SURGEM?

ALERGIA À PROTEÍNA DO LEITE E PROBIÓTICOS

No que diz respeito ao consumo de probióticos para a resolução desse problema, ainda não há consenso na comunidade científica.

proteína do leite e probióticos

Isso porque alimentos e suplementação probiótica tanto diminuíram os sintomas em alguns casos, como foram totalmente ineficazes em outros.

Ademais, não há certeza sobre quais desses produtos seriam mais eficazes para esse tratamento, haja vista que não há estudos suficientes sobre o assunto.

No entanto, sabe-se que os probióticos podem trazer benefícios, pois modificam com eficácia a microbiota intestinal.

Com isso, pode haver também a melhora dos sintomas alérgicos relacionados à APLV.

De fato, é sabido que a microbiota intestinal, quando alterada nos primeiros anos de vida, pode levar ao agravamento das alergias à proteína do leite.

ALIMENTOS PROBIÓTICOS

Existem vários alimentos probióticos que podem ser facilmente encontrados e melhorar os sintomas da APLV.

Entre esses alimentos, podemos mencionar o leite fermentando.

O iogurte natural também pode ser facilmente encontrado. Há também algumas variedades de iogurtes com diversos sabores que contém microrganismos vivos.

Já o Kefir é uma bebida parecida com o iogurte, ainda que tenha uma maior concentração de probióticos. No mercado você também pode encontrar o Kefir em matrizes de frutas. Sabor, refrescância e microrganismos do bem.

hidratação

PROBIÓTICOS PARA APLV: A IMPORTÂNCIA DE UMA AVALIAÇÃO MÉDICA

Conforme mencionamos, o consumo de probióticos para tratar desse problema pode ser recomendado, a depender de cada caso. Por isso, é importante realizar uma consulta médica.

No que diz respeito à proteína do leite, este é um dos nutrientes mais importantes que existem, principalmente para crianças. Daí a importância do tratamento da APLV logo na primeira infância.

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BEBIDAS SAUDÁVEIS PARA OS DIAS MAIS QUENTES

bebidas saudáveis

Que tal conhecer algumas bebidas saudáveis para incluir no seu dia a dia?

Uma coisa é certa: o Brasil sabe o que é calor no verão! Aqui no Nordeste então… 

Mas você sabia que é possível usufruir desse clima sem descuidarmos da saúde? E, para isso, a hidratação é essencial! Além da sempre presente água, uma série de outras bebidas saudáveis podem ser incluídas para deixar nosso corpo preparado para receber de braços abertos o caloroso sol.

É notório que a água é o componente presente em maior quantidade no nosso organismo e que precisamos fazer a sua reposição constantemente para manter o corpo funcionando bem, contudo, outros líquidos também podem auxiliar nesse papel. 

A hidratação é essencial para o funcionamento correto dos rins, para não termos inchaço e para manter a temperatura interna do corpo. No verão, por exemplo, transpiramos mais, então a reposição de líquidos precisa ser ainda maior. 

SAIBA QUAIS SÃO AS 5 MELHORES FORMAS DE SE HIDRATAR – CONHEÇA ESSAS BEBIDAS SAUDÁVEIS

Água potável: Não tem para onde fugir… A água deve ser nossa principal fonte de hidratação.

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Suco de frutas: De preferência natural, os sucos oferecem além de água, vitaminas e minerais que regulam o funcionamento do organismo (nutrientes reguladores). Algumas das frutas mais ricas em líquido são: melancia, melão, abacaxi, uva, morango, assim também kiwi, laranja e tangerina.

Leia também: FRUTAS DA ESTAÇÃO – É MAIS SEGURO COMÊ-LAS

Água de coco: é um hidratante natural que contém potássio, nutriente importante para evitar a ocorrência de câimbras. Outro mineral presente é o sódio que também é perdido pela transpiração bem como na urina.

Chás gelados: Os chás podem ser usados como reidratantes naturais, caso a pessoa tenha dificuldade para tomar água natural. Porém, é importante ingeri-los sem adoçar.

Isotônicos: As bebidas isotônicas fazem a reposição de líquido e de minerais como sódio, potássio, cloreto assim também da glicose, de uma forma mais rápida. 

SE LIGA: É comum vermos não praticantes de atividades físicas consumindo isotônicos… Portanto, é importante salientar que sejam usados por praticantes de atividade física e com acompanhamento.

Kefir de Frutas: O sabor das frutas acompanham uma grande quantidade de microrganismos BioLogicus nessa bebida fermentada. Assim, o Kefir é ideal para consumo diário e indicado para pessoas de todas as idades, fornecendo mais energia e vigor. Seu intestino vai lhe agradecer!

alimentação probiótica

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MICROBIOMA E PROBIÓTICOS – DO INTESTINO À MARTE

microbioma e probióticos

O que microbioma e probióticos têm a ver com Marte?

Assim como o ser humano, que há várias décadas busca encontrar substrato biológico em estrelas e outros planetas, para que um dia possa ter uma opção viável para sua sobrevivência, é possível que muitos microrganismos, sobretudo as bactérias e, por que não?, os vírus que as infectam, também tenham feito isso, com sucesso, há vários milênios, e,por isso, hoje, mantêm uma relação mutual de convivência com o ser humano.

Assim, temos microrganismos instalados, nos mais diversos sítios do corpo humano. Entre esses, o microbioma intestinal tem papel fundamental para o equilíbrio fisiológico e a sobrevivência da nossa espécie.

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Que nível de ‘‘agressão’’ é necessário para que esses microrganismos assumam seus novos hospedeiros? Qual o melhor caminho para isso? E, ainda, como fazem para, mesmo que sejam ‘‘criaturas estranhas’’, ganhar o benefício da tolerância imunológica?

Essas são perguntas que por muito tempo ficaram alocadas em uma nuvem de incertezas. Elas provavelmente passaram pela cabeça de Nissle e Metchnikoff, mas que nas últimas décadas, em parte, têm sido esclarecidas.

ESTUDOS GERM-FREE

Os estudos com animais do tipo germ-free ratificaram a existência do eixo neuro-imuno-endócrino. Assim também a importância, ou melhor, a necessidade de se ter uma colonização adequada e precoce da microbiota, para o desenvolvimento morfofisiológico desses respectivos sistemas orgânicos.

Mas, quão precoce seria essa colonização? Segundo os estudos clássicos e o consenso científico, até alguns anos atrás todo ser humano, ao nascimento, teria seu trato intestinal e o conteúdo desse totalmente estéreis. Sendo assim, as primeiras indicações de contaminação bacteriana só seriam reconhecidas algumas horas após o parto.

No entanto, com o desenvolvimento de novas técnicas de identificação desses microrganismos, muitos são os estudos que já detectaram a presença de DNA de bactérias, como algumas espécies de lactobacilos, bifidobactérias, enterococos e clostrídios, tanto no útero, na placenta e no líquido amniótico de gestantes quanto no mecônio de recém-nascidos.

Essas descobertas, embora questionáveis ainda, pela necessidade de maior reprodutibilidade dos resultados, abrem uma perspectiva grande para o uso de cepas probióticas no campo das estratégias de prevenção pré e perinatais de doenças como as alergias, as alterações metabólicas e os distúrbios do comportamento.

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MICROBIOMA E PROBIÓTICOS – MODULAÇÃO DA MICROBIOTA INTESTINAL POR MEIO DE CEPAS PROBIÓTICAS

O racional para essas novas perspectivas de modulação da microbiota intestinal, por meio de cepas probióticas, estaria diretamente relacionado aos processos disbióticos que atingem precocemente as crianças, sobretudo em uma fase decolonização e maturação da microbiota intestinal.

Quer seja pelos fatores pré e perinatais, como o uso de antibióticos na gravidez, no parto ou no puerpério, a maior prevalência de partos cesarianos ou pelos fatores pós-natais, como o menor tempo de aleitamento materno e a introdução de dieta qualitativamente inadequada, além do uso indiscriminado de antibióticos na faixa etária pediátrica.

Essa situação de disbiose estaria relacionada ao incremento exponencial de doenças não transmissíveis na infância. Tanto em curto prazo, ainda lactentes, quanto em longo prazo, quando adolescentes ou adultos.

Leia também: MICROBIOMA HUMANO – SAIBA MAIS SOBRE ELE

O QUE SÃO PROBIÓTICOS?

Por definição, seriam ‘‘microrganismos vivos que quando administrados em quantidades adequadas conferem benefício à saúde do hospedeiro’’. No entanto, essa é uma definição ampla que não especifica os tipos, as rotas de administração, os alvos e os possíveis efeitos na saúde
humana.

Por isso, o entendimento sobre a especificidade de cepas é fundamental nesse contexto. Ou seja, os efeitos cientificamente comprovados, alcançados por uma espécie bacteriana isoladamente, não podem ser atribuídos a outras espécies ou mesmo a combinações de espécies, assim como a outros gêneros de microrganismos.

Historicamente, desde o início do século XX, quando Ellie Metchnikoff atribuiu a longevidade dos camponeses búlgaros à dieta rica em leite fermentado (com presença marcante de Lactobacillus bulgaricus), uma série de outras espécies de lactobacilos tem mostrado capacidade probiótica, como L. acidophilus, L. rhamnosus, L. reuterii, L. casei, L. fermentum, L. gasseri, L. johnsonii, L. paracasei, L. plantarum.

Assim como outras bactérias acidoláticas, como as bifidobactérias B. adolescentis, B. animalis, B. bifidum, B. breve e B. longum. Além de outros microrganismos, como alguns bacilos não acidoláticos (Bacilus clausii e Bacillus coagulans). Assim também espécies não patogênicas de Escherichia coli e alguns fungos como o Saccharomyces boulardii.

NOVOS ELEMENTOS MUTUAIS DA MICROBIOTA INTESTINAL – MICROBIOMA E PROBIÓTICOS

Recentemente, novos elementos mutuais da microbiota intestinal mostraram capacidade probiótica e têm sido considerados uma promissora nova geração, entre os quais se destacariam Akkermansia muciniphila, Faecalibacterium prausnitzii, Roseburia spp. e Eubacterium hallii.

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Por conta disso, tem sido exponencial o crescimento dos estudos com probióticos. Quer sejam pesquisas na área básica ou estudos clínicos, nas mais diferentes especialidades médicas. Fato esse que tem gerado várias análises subsequentes, por meio de guias, revisões simples, revisões sistemáticas da literatura ou metanálises.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE ALERGIA (WAO)

A WAO em recente guia, sugere como recomendações: o uso de probióticos na grávida e lactante de risco para atopia; e no lactente com o mesmo perfil de risco para desenvolvimento de alergias, por considerar estratégia benéfica na prevenção do eczema atópico, e, dessa maneira, diminuir a possibilidade de evolução da ‘‘marcha alérgica’’, com posterior aparecimento de rinite alérgica e/ou asma.

Tais recomendações desencadearam críticas acadêmicas, pela ausência de especificidade de cepa nas indicações. Em contrapartida, outros especialistas em pediatria imunologia, consideram tais recomendações corretas e corajosas. Isto porque transparecem uma posição baseada em inúmeros estudos, com elevado nível de evidência científica.

POR QUE INDICAR CEPAS ESPECÍFICAS?

Levando em consideração microbioma e probióticos, a resposta é simples!

Porque ainda não temos estudos suficientes, com mesmo desenho, tipo de cepa e objetivos finais semelhantes. Por exemplo, no contexto otorrinolaringológico, recente revisão sistemática da Cochrane, que envolveu 3.720 participantes (adultos e crianças), mostrou que os probióticos são estatisticamente capazes de reduzir o número de infecções das vias aéreas superiores (IVAS), sua duração, o uso de antibiótico e o absenteísmo escolar/trabalho.

No entanto, os próprios autores reconhecem a fragilidade das conclusões ao analisar estudos com diferentes espécies de cepas, em diferentes populações etárias. Ou seja, nesse caso ‘‘os meios não justificariam o fim’’.

Assim, em conclusão, acredita-se que a busca pelo desconhecido faça parte da natureza humana. Enquanto, em nível espacial, Marte nos traz informações promissoras, mas ainda distante em servir como próxima colônia humana.

Por outro lado, a microbiota intestinal está cada vez mais mapeada. Com identificação de novas espécies, novas interfaces e novos mecanismos. Isto ratifica de maneira irrefutável sua importância. Assim como a dos probióticos, como estratégia de prevenção e tratamento para muitas doenças que atingem a nossa sociedade moderna.

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REFERÊNCIA:

Microbioma e probióticos: do intestino à Marte, Bruno Acatauassú Paes Barreto, 2018.