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HDL E LDL – VAMOS ENTENDER A DIFERENÇA?

HDL E LDL

A diferença entre HDL e LDL é muitas vezes tratada de maneira confusa. É comum que se defina o LDL simplesmente como o colesterol ruim e o HDL como o bom.

Mas o motivo para tais definições nem sempre é claro, o que ficou claro em uma pesquisa realizada pela Beneficência Portuguesa de São Paulo. Apenas 6% dos entrevistados nas cinco regiões do Brasil sabiam o que eram essas substâncias.

Com o intuito de falar mais sobre esse assunto, explicamos em detalhes o que é cada um deles e sua diferença. Mostramos ainda porque eles recebem as denominações “bom” e “ruim”. Para saber mais, basta prosseguir na leitura!

ANTES DE ENTENDER A DIFERENÇA ENTRE HDL E LDL: O QUE SÃO AS LIPOPROTEÍNAS? E O COLESTEROL?

Conforme já mencionamos o HDL e o LDL são considerados lipoproteínas, e não propriamente colesteróis.

Mas o que são as lipoproteínas? Essas substâncias são as responsáveis por fazer o transporte do colesterol pelo corpo.

Elas são constituídas por proteínas e lipídios, sendo divididas em classes a depender de sua estrutura.

hdl e ldl

O HDL pertence à classe das lipoproteínas de alta densidade. Ao contrário, o LDL é uma lipoproteína de baixa densidade.

Mas então, como podemos definir o colesterol, já que o HDL e o LDL não podem ser definidos dessa forma?

Essa substância pode ser colocada na classe dos esteroides. Ela compõe boa parte dos tecidos celulares do corpo humano.

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Por isso, ainda que seja muito temido pelas pessoas, o fato é que o colesterol é fundamental para o bom funcionamento do organismo.

Assim, há uma diferença fundamental entre o HDL e o LDL e o colesterol que eles transportam.

O HDL E O LDL

HDL, ou colesterol bom

Conforme já foi dito, o HDL é uma lipoproteína de alta densidade responsável principalmente pela remoção do colesterol em excesso que se concentra nos tecidos.

O HDL é responsável pelo processo conhecido como transporte reverso. Esse processo consiste no transporte do excedente de colesterol para o fígado, o qual o processa e o degrada definitivamente.

Por conta dessa remoção do excesso de colesterol, o HDL é conhecido como colesterol bom.

Ademais, estudos apontam que o HDL tem também uma potente ação anti-inflamatória, além de ser um antioxidante natural.

LDL, ou colesterol ruim

Esse colesterol é considerado ruim por estar relacionado ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

No que diz respeito a sua ação, esta consiste no transporte do colesterol presente no fígado para as artérias. E nisso está o risco envolvido em seu excesso.

Quando presente em níveis elevados, a molécula LDL pode provocar acúmulo de colesterol nos vasos sanguíneos e levar ao infarto.

DEFININDO A DIFERENÇA ENTRE O HDL E O LDL

À vista do que foi dito no tópico anterior, temos que a principal diferença entre essas duas lipoproteínas diz respeito ao destino que cada uma delas dá ao colesterol.

Enquanto o HDL remove o excesso de colesterol dos tecidos para o fígado com o fim de eliminá-lo, o LDL o leva do fígado para as artérias. 

 HDL e LDL

Em outras palavras, o HDL propicia benefícios à saúde, enquanto o LDL pode causar doenças graves.

Outra diferença significativa consiste no fato de essas lipoproteínas serem de classes distintas.

Ao passo que o HDL é uma lipoproteína de alta densidade, o LDL é uma lipoproteína de baixa densidade.

 HDL LDL

A primeira não tem origem no fígado, ainda que leve a esse órgão o excesso de colesterol. Já a segunda tem origem no fígado, o qual injeta o LDL na corrente sanguínea.

ENTENDENDO A DIFERENÇA ENTRE O HDL E O LDL PARA TER MAIS SAÚDE

Assim, podemos concluir que é fundamental entender a diferença entre essas duas moléculas. 

Isso porque uma parte considerável do colesterol presente no corpo é adquirido por meio da alimentação. Nesse sentido, entender a diferença entre HDL e LDL é muito importante para ter uma dieta que evite doenças.

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CANDIDÍASE DE REPETIÇÃO E PROBIÓTICOS

candidíase

A candidíase vaginal é uma infecção fúngica, que afeta a maioria das mulheres em idade fértil. Já a disbiose é um desequilíbrio da microbiota intestinal que pode afetar o estado de saúde do ser humano, inclusive o sistema imunológico e o trato urogenital das mulheres. Por sua vez, os probióticos compostos por microrganismos vivos, que atuam na melhora do quadro de disbiose intestinal quando consumidos de forma regular e em quantidade suficiente. 

microbiota vaginal e candidíase

Vamos entender qual a relação existente?

Então vamos nessa!

MICROBIOTA VAGINAL

A vagina é colonizada por Lactobacillus (cerca de 50%) e por outras espécies bacterianas e de leveduras como a Candida albicans. Em menor proporção, ela é habitada por Candida glabrata bem como Candida parapsilosis. Para que os Lactobacillus prevaleçam na microbiota, é necessário manter ácido o pH da região (entre 3,5 e 4,5). Estes microrganismos convivem em equilíbrio, podendo tornar-se patógenos em determinadas situações.

microbiota vaginal

A candidíase vaginal é uma infecção fúngica, que afeta a maioria das mulheres em idade fértil. É caracterizada por corrimento vaginal em grumos semelhantes ao leite coalhado e com prurido intenso. 

Na vagina, a microbiota é constituída por inúmeros microrganismos que vivem em equilíbrio. Dentre os quais se destacam os Lactobacillus, que variam de zero a quatro espécies, podendo ser influenciados por fatores hormonais, métodos contraceptivos, dietas, relação sexual, assim também pelo uso de antibióticos, duchas vaginais, cirurgias ginecológicas e câncer cervical. Em mulheres saudáveis, a população de Lactobacillus é determinada em 107 e 108 Unidades Formadoras de Colônia por mililitro (UFC/ml) de exsudado vaginal.

A cândida está presente na microbiota vaginal normal e pode ser encontrada na pele, em mucosas e no trato gastrointestinal. Em cultivo in vitro, espécies de cândida apresentam coloração creme. Além disso, se desenvolvem em condições aeróbicas, em temperatura de 20ºC e 38ºC e apresentam pH entre 2,5 – 7,5. Quando em desequilíbrio por fatores hormonais, citopatológicos e/ou imunes, prolifera-se desordenadamente, ocasionando a infecção.

O QUE É CANDIDÍASE?   

Candidíase é uma infecção causada por fungos de diversas espécies. É a segunda vaginite mais frequente, perdendo apenas para vaginoses bacterianas. A cepa mais encontrada nessa infecção fúngica é Candida albicans, que é diagnosticada em cerca de 90% dos casos. A cepa mais resistente a antifúngicos é a Candida glabrata, responsável por menos de 5% das infecções.

candidíase

Em virtude da sua colonização, o tecido cutâneo perianal e o reto apresentam a cândida como principal fonte de infecção. A contaminação a partir do trato digestivo ocorre devido à proximidade entre o ânus e a vagina. Sendo assim, isto pode desencadear com facilidade episódios de candidíase vaginal e torná-las recorrentes.

O QUE OS DADOS DIZEM SOBRE A CANDIDÍASE? 

Estima-se que 75% das mulheres em idade fértil apresentarão pelo menos um episódio de candidíase no decorrer da vida adulta. Sendo que 5% delas terão candidíase de repetição por diversos fatores. 

A infecção fúngica de repetição pode afetar a saúde física e emocional do indivíduo. Assim também pode interferir negativamente nos relacionamentos conjugais e sexuais. 

Durante a gestação, a suscetibilidade à infecção fúngica é ampliada. Por isso, estima-se que de 70 a 85% das gestantes colonizadas pelo fungo contaminem seus bebês na hora do parto e em torno de 22 a 24% adquirem Candida albicans oral.

QUAIS SÃO OS TRATAMENTOS EXISTENTES?

O tratamento geralmente é realizado por derivados azólicos. Entre eles etão o fluconazol, o itraconazol, o cetoconazol, o sertaconazol e o miconazol, o que apresenta pouca eficácia, pois torna as mulheres resistentes e suas vaginites reincidentes. Por isso, é importante identificar o agente etiológico por meio de cultura antes de iniciar o tratamento. Principalmente nos casos de Candida glabrata, quando a infecção apresenta resistência ao fluconazol, mesmo apresentando sintomas diferenciados, como secreção aquosa, ardor intenso e prurido discreto.

Devido aos casos de infecções recorrentes, terapias alternativas têm sido propostas, promovendo, dessa forma, a utilização de ácido bórico e de probióticos em seu tratamento.

DISBIOSE INTESTINAL

O intestino é o órgão responsável pela digestão e pela absorção de nutrientes. Além disso, tem função imunológica. Sua mucosa fica exposta diariamente a diversas bactérias e microrganismos invasores, que precisam ser limitados pela barreira intestinal. Para que a função imune do intestino atue corretamente, é necessária a apresentação de três componentes essenciais: a barreira intestinal, o sistema imune e a microbiota.

disbiose intestinal

A microbiota é constituída por diversas bactérias, fungos e microrganismos. Sabe-se que a interação dessas bactérias com o hospedeiro, melhora o equilíbrio da mesma. Em contrapartida, O desequilíbrio da microbiota (disbiose) é caracterizado pelo predomínio de bactérias patogênicas. A disbiose permite, desse modo, que o intestino fique suscetível a infecções e a desordens imunes. Assim, a nutrição tem papel importante para manter a integridade intestinal, oferecendo nutrientes específicos que melhorem e restabeleçam a microbiota intestinal.

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Disbioses têm sido provocadas por diversas doenças, como a obesidade, a diabetes bem como os distúrbios vaginais. Com isso, a microbiota pode ser manipulada por meio da dieta, que pode melhorar a saúde ou prejudicá-la.

Dentre as principais causas de disbiose está o uso irracional de antibióticos, o consumo excessivo de alimentos processados, assim também a excessiva exposição a toxinas ambientais, as disfunções hepato pancreáticas, o estresse, a idade, o tempo de trânsito e o pH intestinal, a disponibilidade de material fermentável e o estado imunológico do indivíduo. 

Quando se fala em microrganismos nocivos presentes no trato gastrointestinal, destaca-se a Candida albicans como fungo mais prevalente, afetando principalmente o esôfago. Ela também está presente no intestino delgado bem como no intestino grosso, podendo estar associada à úlcera gástrica, retardando a cicatrização, agravando a lesão e destruindo as barreiras fisiológicas normais.

PROBIÓTICOS 

Para que um probiótico possa ser utilizado na alimentação ou como componente de uma medicação. Ele precisa sobreviver à passagem do trato gastrointestinal assim também proliferar no intestino.

probióticos e candidíase

Os probióticos são encontrados em alimentos fermentados, como Kefir e/ou suplementos que contém microrganismos vivos e atuam de forma benéfica no desenvolvimento da microbiota intestinal. Além disso, também são conhecidos como bioterapêuticos, bioprotetores e bioprofiláticos, por prevenirem infecções entéricas e gastrointestinais.

Em um intestino saudável, predominam os microrganismos benéficos e promotores de saúde. Eles pertencem aos gêneros Lactobacillus (L) e Bifidobacterium (B). Como probióticos podemos destacar os seguintes Lactobacillus: L. casei, L. acidophilus, L. delbreuckii subsp. bulgaricus, L. brevis, L. cellibiosus, L. lactis, L. fermentum, L. plantarum e L. reuteri. e as Bifidobacterium: B. bifidum, B. longum, B. infantis, B. adolescentis, B. thermophilum e B. animalis. Existem ainda algumas bactérias ácidas-lácticas, consideradas probióticos que são as Enteroccocus faecalis, Enteroccocus faecium e Sporolactobacillus inulinus.

Na microbiota intestinal, os probióticos atuam na formação de uma barreira protetora, impedindo as bactérias de ligarem-se aos seus receptores, sendo excluídas do meio. Atuam também no trato gastrointestinal diminuindo diarreias, aliviando sintomas de intolerância a lactose bem como de síndrome do intestino irritável. Além disso, combatem e previnem colite pseudomembranosa e diarreias associadas ao uso de antibióticos. 

Os probióticos devem, portanto, ser administrados com cautela em indivíduos que fazem uso de varfarina e imunossupressores, como a ciclosporina, a tacrolimus, a azatioprina e osagentes quimioterápicos, pois podem causar infecções ou colonizações.

O QUE OS ESTUDOS MOSTRAM SOBRE A CANDIDÍASE?

Martinez (2008) realizou um estudo com 196 mulheres, dentre elas 64 saudáveis, 68 com candidíase vulvovaginal e 64 com vaginose bacteriana. As pacientes foram selecionadas e examinadas pelos médicos ginecologistas de um centro de atendimento de Ribeirão Preto – SP. 

Observou-se a presença e o aspecto do corrimento vaginal, determinou-se o pH da vagina assim também coletaram-se três amostras de secreção de cada paciente. As pacientes diagnosticadas com candidíase vulvovaginal e vaginose bacteriana foram tratadas com medicamentos e suplementação de Lactobacillus rhamnosus e L. reuteri. Algumas receberam placebo durante o tratamento. 

Os grupos foram formados por 30 sujeitos, sendo que em 30 dias as mulheres deveriam refazer os exames. Das 68 mulheres diagnosticadas com candidíase vulvovaginal, apenas 55 foram selecionadas para a análise estatística, pois 13 tiveram amostras negativas para candida. 29 delas foram tratadas com dose única de fluconazol (150 mg) e com cápsulas diárias de probióticos; as demais receberam o fluconazol e o placebo.

No término das quatro semanas de tratamento, pode-se concluir que em 89,7% dos casos houve cura da candidíase vulvovaginal das mulheres tratadas com fluconazol e probióticos. Além de desaparecimento dos sintomas clássicos e das culturas negativas, quando comparadas às outras 65,4% que receberam fluconazol e placebo.

CONSIDERAÇÕES

Os probióticos apresentam efeitos benéficos no equilíbrio da microbiota intestinal. Além disso, aumentam o sistema imune e são coadjuvantes no tratamento para candidíase vaginal e de repetição.

Ainda não existem estudos que comprovem sua eficácia quando administrados individualmente; para isso, serão necessárias novas pesquisa in vivo, com maior número de mulheres diagnosticadas com candidíase vulvovaginal.

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REFERÊNCIAS:

Relação entre candidíase de repetição, disbiose intestinal e suplementação com probióticos: uma revisão. Paludo, R. M.; Marin, D. Revista Destaques Acadêmicos, Lajeado, v. 10, n. 3, 2018.

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PSORÍASE – QUAL A INFLUÊNCIA DA MICROBIOTA?

psoríase

Embora a psoríase seja uma das doenças inflamatórias da pele mediadas pelo sistema imunológico mais estudada, sua origem ainda não está totalmente esclarecida. A psoríase é o resultado da interação entre fatores genéticos predisponentes e a influência de gatilhos externos.

A microbiota cutânea comensal desempenha um papel crucial na manutenção da integridade da pele. Assim também funciona como uma barreira exposta criticamente. Pesquisas demonstram que a composição da microbiota cutânea está relacionada a muitas doenças dermatológicas. Isto incluindo, entre outras, psoríase, dermatite atópica e acne vulgar.

psoríase

Além da microbiota cutânea, a correlação da microbiota intestinal com doenças imunomediadas, tem destacado o papel patogênico da microbiota. Recentemente, estudos de perfis identificaram mudanças características na microbiota intestinal. Tais mudanças foram associadas à origem das doenças inflamatórias intestinais (DII). Reforçando a hipótese de que a DII resulta da interação alterada entre os microrganismos intestinais e o sistema da mucosa.

Curiosamente, a microbiota intestinal é capaz de afetar locais extra colônicos. Entre eles a pele, as articulações, pulmões, fígado, bem como sistemas nervoso e cardiovascular. Dessa maneira, o significado clínico da interação da microbiota e o sistema imunológico é de grande influência. Pois, pode fornecer novos insights sobre a origem das doenças inflamatórias crônicas da pele. Além disso permitir o desenvolvimento de opções terapêuticas direcionadas à microbiota.

COMPOSIÇÃO DA MICROBIOTA SAUDÁVEL – PELE E INTESTINO

A estreita relação entre pele e microbiota foi avaliada sistematicamente. Bactérias, fungos e vírus microscópicos habitam o ambiente ácido da pele. A falta de homogeneidade da microbiota saudável não é apenas física (com uma microbiota distinta entre pele seca. úmida, por exemplo). Mas também temporal (com alguns organismos considerados residentes e outros considerados transitórios).

microbiota da pele

A microbiota humana desempenha um papel fundamental em vários aspectos da doença, desde a origem até a resposta ao tratamento. A acessibilidade de técnicas não dependentes da cultura, como o DNA e o sequenciamento de RNA ribossômico (16S e 18S), facilitou a descoberta e associação de tipos específicos de componentes do microbioma humano com doenças específicas.

Em termos gerais, quatro filos bacterianos dominam a microbiota da pele saudável. A saber, Actinobacteria, Firmicutes, Proteobacteria e Bacteroidetes, dos quais os gêneros Corynebacterium , Propionibacterium e Staphylococcus são mais abundantes.

Os fatores dependentes do hospedeiro que influenciam diretamente a variação da microbiota da pele incluem sua fisiologia, ambiente externo. Assim também sistema imunológico, estilo de vida, bem como condições médicas subjacentes.

O número de organismos que compõem a microbiota intestinal excede em dez vezes a população total de células hospedeiras humanas. Este órgão dentro de um órgão, como a pele, é caracterizado por uma gama diversificada de microrganismos no estado saudável.

DISBIOSE DA MICROBIOTA CUTÂNEA

A intrincada relação entre a microbiota e o hospedeiro começa no nascimento. Os comensais do assoalho pélvico são transmitidos verticalmente durante o parto e durante a amamentação via colostro rico em microrganismos. 

Pensa-se que um sistema imune neonatal imaturo que ainda é incapaz de ter uma resposta imune completa, permita uma relação simbiótica entre a microbiota. Isto é evidenciado pela maneira diferente como as células inatas neonatais respondem a ligantes microbianos. Tendo uma resposta inflamatória atenuada quando comparadas às células adultas.

A comunicação entre o hospedeiro e o comensal é possível a partir de padrões moleculares microbianos associados (MAMPs). A sabedoria convencional de que os sistema imunológico reconhece estranhos do inato. E, subsequentemente ativa uma resposta direcionada a si mesmo é desafiada. Pois, nenhuma resposta imune é provocada aos MAMPs comensais da microbiota cutânea e da mucosa. 

Apesar da interação contínua dos MAMPs com receptores específicos de reconhecimento de padrões (PRRs). Estes são tradicionalmente conhecidos por reconhecerem ligantes microbianos e iniciar uma resposta imune.

Por meio dessa comunicação, a microbiota comensal pode influenciar o desenvolvimento do sistema imunológico pós-natal dos hospedeiros.

DISBIOSE DA MICROBIOTA CUTÂNEA

Barreiras físicas adicionais, como a camada celular epitelial (com sua secreção contínua de IgA) e as células caliciformes produtoras de muco, isolam a microbiota do contato direto com a camada mucosa. Mas, ao mesmo tempo permitem exercer efeitos locais e do sistema.

A disbiose tornou-se um foco principal de pesquisa. Principalmente na fisiopatologia de doenças inflamatórias crônicas associadas à microbiota, como a doença inflamatória intestinal. Descrita como um desequilíbrio entre a microbiota e seu hospedeiro, a disbiose é deslocada para o espectro patológico menos complexo e menos variado.

O gatilho que causa a mudança da simbiose para a disbiose ainda não está totalmente elucidado. No entanto, uma base genética foi sugerida.

Descrito como o desequilíbrio entre os radicais livres oxidativos prejudiciais e os antioxidantes protetores, o estresse oxidativo é uma repercussão da disbiose intestinal e um mecanismo que predispõe à patologia. As espécies reativas de oxigênio (ERO) foram identificadas como um elo entre a microbiota alterada e a doença.

Foi sugerido que uma microbiota em disbiose aumenta a produção de óxido nítrico (NO). Além disso, também aumenta a produção de óxido nítrico sintase (NOS) como resposta inflamatória. Subsequentemente estas produções prejudicam os sistemas de reparo do DNA e causa disfunção da membrana celular.

Isso é demonstrado pela produção da proteína efetora EspF pela Escherichia coli enteropatogênica. Resultando na regulação negativa das proteínas de reparo da incompatibilidade do DNA do hospedeiro, predispondo à carcinogênese. 

Assim, compreender as implicações da disbiose na doença pode levar ao desenvolvimento de novas terapias direcionadas. 

PSORÍASE E MICROBIOTA

O estudo do papel dos microrganismos na fisiopatologia das doenças de pele remonta à primeira metade do século XX. Onde foi investigada uma possível ligação entre estreptococos nasofaríngeos comensais e psoríase.

Evidências concretas ligando as duas condições não foram estabelecidas na época. No entanto, trabalhos posteriores de Norrlind et al. correlacionou com sucesso a faringite estreptocócica (como evidenciado pela cultura e sorologia do swab da faringe) com a psoríase gutata. Assim também a exacerbação da psoríase em pala crônica estável.

psoríase e microbiota

PAPEL DAS BACTÉRIAS NA PSORÍASE

Equipado com o conhecimento do papel das células T na etiologia da psoríase, foi procurado o elo perdido entre a infecção estreptocócica e a psoríase instável / gutata. As proteínas M, encontradas nos estreptococos hemolíticos do grupo A, C e G, foram implicadas. Pois, o agravamento da psoríase crônica em placas foi associado apenas a essas bactérias produtoras de proteínas M. 

psoríase

Postula-se que as proteínas M possam imitar os determinantes da queratina com subsequente ativação das células T psoriáticas. Essa teoria é substanciada pelo fato de que a interação entre o colágeno tipo IV e a integrina α1β1 encontrada exclusivamente nas células T psoriáticas epidérmicas resulta na expansão desse subconjunto de células e na eventual manifestação da psoríase. 

A ativação das células T na psoríase gutata também está sob a influência de antígenos. Entre eles a toxina piogênica estreptocócica A e B, bem como o peptidoglicano.

Parece claro que a microbiota da pele pode ter um papel na patogênese da psoríase em placas crônica. Corynebacterium , Propionibacterium , Staphylococcus e Streptococcus foram identificados como os principais gêneros bacterianos. Diferentes “tipos cutâneos”, como “associado a Proteobacteria”, “associado a Firmicutes” e “associado a Actinobacteria” são os mais prevalentes. 

Usando técnicas que não são de cultura, o Firmicutes foi considerado o filo de bactérias mais abundante na pele psoriática lesional. Enquanto o Actinobacteria foi significativamente sub-representado nas lesões cutâneas psoriáticas quando comparado à pele saudável e não-lesional.

PAPEL DOS FUNGOS NA PSORÍASE

Os fungos compartilharam os holofotes com as bactérias na possível associação microbiológica entre a psoríase e a microbiota. Na década de 1980, suspensões de fragmentos de Malassezia ovalis aplicadas à pele não afetada de pacientes com psoríase induziram a formação de placas psoriáticas nos indivíduos testados. 

Tais reações psoriasiformes à Malassezia também foram observadas após a deposição indireta do fungo do couro cabeludo na pele de pacientes com psoríase. Nesta série de casos, as lesões psoriáticas responderam a um curso de uma semana de terapia antifúngica oral. Um aumento da concentração de levedura Malassezia na pele lesional também foi associado a exacerbação da psoríase.

O papel de Malassezia na psoríase pode ser devido à sua capacidade de regular positivamente a expressão do fator de crescimento do tumor-β1, cadeia da integrina e HSP70. Promovendo a migração de células imunes e a hiperproliferação de queratinócitos em pacientes com psoríase. A resposta humoral de pacientes com psoríase ao Malassezia furfur está associada a maior IgG. Em contrapartida está associada a menor IgM quando comparada a indivíduos saudáveis.

 Como na microbiota bacteriana, os métodos de não cultura substituíram os métodos de cultura para a detecção de padrões de Malassezia na pele psoriática e não psoriática. Pesquisas culturais e não culturais produziram resultados congruentes, com M. restrita sendo as espécies de Malassezia mais comumente identificadas .

Apesar dos achados constantes, a identificação do fungo não pode ser usada como um marcador para distinguir a pele psoriática da não afetada e a pele psoriática da saudável.

O IMPACTO DA MICROBIOTA DA PELE

A artrite psoriática afeta até 30% dos pacientes com psoríase. Causando considerável morbidade por sintomas diretamente relacionados à condição. Assim também doenças comórbidas, como doenças cardiovasculares, que são mais prevalentes em pacientes com artrite psoriática. Apesar da provável associação entre a artrite psoriática e a microbiota da pele, atualmente não há evidências que estabeleçam uma ligação direta entre as duas condições.

Os fungos também estão implicados na fisiopatologia da psoríase ungueal comórbida, que é mais prevalente em pacientes com artrite psoriática. A associação foi feita depois que a melhora clínica da psoríase ungueal foi notada depois que os pacientes afetados foram tratados com um antifúngico oral.

Atualmente, a maioria das pesquisas é direcionada ao papel da microbiota intestinal na patogênese da artrite inflamatória.

Leia também: CONHEÇA A COSMÉTICA PROBIÓTICA BIOLOGICUS E SEUS BENEFÍCIOS

MICROBIOTA REGULA A EFICÁCIA DO TRATAMENTO

OPÇÕES TERAPÊUTICAS CONVENCIONAIS PARA A PSORÍASE PODEM MODULAR A COMPOSIÇÃO DA MICROBIOTA CUTÂNEA

Se a microbiota da pele tem um papel na origem da psoríase, então alguém estaria inclinado a perguntar se poderia ser manipulado para fins terapêuticos. Além disso, se sua resiliência tem ramificações na eficácia do tratamento psoriático.

Martin et al. demonstraram que a melhora clínica das placas psoriáticas após a balneoterapia está associada a uma alteração da microbiota lesional da pele. De modo que ela se assemelha mais à da pele não afetada após a terapia.

Além disso, um estudo recente de Darlenski et al. fornece informações sobre como a melhoria nas placas psoriáticas após o tratamento com radiação ultravioleta de banda estreita (NB-UVB). Uma terapia sistêmica convencional para o tratamento da psoríase. Está associada a uma melhoria no parâmetro de estresse oxidativo sistêmico ROS anteriormente aludido. Além de outros , como radicais malondialdeído (MDA) e ascorbil. 

Os autores concluem que a melhora nos parâmetros do estresse oxidativo é um reflexo direto da melhora na atividade da doença. O tratamento com NB-UVB já demonstrou causar alterações significativas na microbiota da pele. Seria interessante investigar a relação entre melhora clínica da psoríase, alteração da microbiota cutânea e parâmetros sistêmicos do estresse oxidativo após a terapia com NB-UVB.

MODIFICANDO A MICROBIOTA INTESTINAL COMO OPÇÃO TERAPÊUTICA DA PSORÍASE

A manipulação da microbiota intestinal, seja por seu aumento seletivo a partir da introdução de organismos vivos (probióticos). Ou ainda, enviesando positivamente o crescimento através da administração de carboidratos não digeríveis (prebióticos – fibras) existe há muito tempo.

Resultados promissores foram alcançados com o uso de pré e probióticos na dermatite atópica, acne e cicatrização de feridas. Os pré e probióticos exercem efeitos imunomoduladores na pele e podem fortalecer sua função de barreira diminuindo a carga bacteriana. Assim também podem se opor aos comensais agressivos. 

Tais resultados consolidam ainda mais a idéia de uma ligação direta entre a microbiota intestinal e da pele. Assim implicam que uma microbiota “artificial” pode modular a microbiota “natural” para fins terapêuticos. As pesquisas que sustentam essa afirmação vêm de evidências que documentam uma resposta terapêutica positiva da psoríase pustular à administração do probiótico Lactobacillus.

INTERAÇÃO DA MICROBIOTA COM O TRATAMENTO 

A microbiota da pele também interage em nível local com tratamento tópico na psoríase. Foi demonstrado que uma pele psoriásica associada a uma alta concentração de Malassezia spp. é significativamente mais provável que fique irritada quando tratada com calcipotriol tópico. Um análogo da vitamina D usado como tratamento tópico de primeira linha na psoríase. 

No mesmo estudo, a irritação da pele facial e do couro cabeludo foi significativamente menor nos pacientes tratados simultaneamente com itraconazol oral; no entanto, isso não melhorou a eficácia do tratamento.

O calcipotriol tópico pode, por si só, influenciar a população de Malassezia da pele. A partir da regulação positiva da cathelicidin, um peptídeo antimicrobiano com atividade contra o fungo.

São necessárias mais pesquisas para demonstrar se o tratamento estabelecido para a psoríase e a microbiota da pele pode ser harmonizado para obter uma melhor resposta clínica. Assim também se alterar diretamente a microbiota (como um novo alvo terapêutico) para ajustá-lo ao “tipo cutâneo” normal, como tanto quanto possível, tem implicações terapêuticas.

DIETA E MICROBIOTA – O QUE PODEMOS APRENDER COM A PSORÍASE?

O intestino e a pele estão intimamente relacionados através do que é chamado de “eixo intestino-pele”. Uma vasta microbiota em excesso de microrganismo satura o lúmen complicado do intestino humano. Além de sua relação simbiótica com o intestino em nível local, esse órgão dentro de um órgão também exerce efeitos sistêmicos no resto do corpo, incluindo a pele.

dieta e microbiota


No cenário da psoríase, a microbiota intestinal parece estar consideravelmente alterada. Com uma abundância significativamente reduzida de Akkermansia muciniphila quando comparada aos controles.

Quando se trata da associação entre o intestino e a pele, o papel do Lactobacillus foi apontado. Por meio de um estudo randomizado, duplo-cego e controle de placebo, Gueniche et al. observaram que pacientes aos quais é administrada uma dose oral diária de Lactobacillus paracasei NCC2461 exibem sensibilidade cutânea diminuída. Assim também na recuperação acelerada da função barreira. Além disso, são mais eficientes na preservação dos agentes hidratantes da pele, uréia e lactato de sódio.

Curiosamente, Chen et al. demonstraram que camundongos alimentados com Lactobacillus pentosus desenvolveram uma forma mais branda de psoríase induzida por imiquimod, quando comparados a camundongos alimentados com um controle de veículo. Além disso, foi demonstrado que camundongos alimentados com Lactobacillus pentosus suprimiram citocinas pró-inflamatórias e associadas à Th17, como TNF-α, IL-6, IL-23, IL-17A, IL-17F e IL -22. O papel direto do Lactobacillus em pacientes humanos com psoríase ainda precisa ser investigado.

Essa evidência é de grande relevância clínica, pois ajuda a entender como inclinar o “equilíbrio da microbiota” de maneira positiva. No contexto da psoríase, o papel da dieta (muitas vezes associado ao exercício) tem sido frequentemente promovido por sua capacidade de modular e melhorar as placas psoriáticas dos pacientes e a eficácia do tratamento.

DIETA E MICROBIOTA

Promovido pela descoberta de anticorpos anti-gliadina IgA médios significativamente mais altos (AGA) em uma corte de 302 pacientes com psoríase quando comparado a um grupo de referência, Michaëlsson et al. se propôs a avaliar a resposta da doença a uma dieta sem glúten em pacientes com testes AGA positivos.

A melhoria da pele da psoríase foi avaliada a partir do cálculo do Índice de Gravidade Clínica da Área de Psoríase (PASI). O PASI avalia a gravidade do eritema, descamação, endurecimento e extensão da superfície da pele. Observou-se que o grupo de pacientes IgA-AGA-positivos que aderiram a uma dieta sem glúten apresentou uma redução altamente significativa no PASI quando comparado ao grupo IgA-AGA-negativo. 

É importante notar que 60% dos pacientes positivos para IgA-AGA sofreram uma deterioração do estado da pele quando reintroduziram sua dieta habitual. Nenhum dos pacientes negativos para IgA-AGA observou alterações na condição da pele após retornar à dieta habitual. Após esses resultados encorajadores, ligando dieta e pele em um subconjunto de pacientes com psoríase, o autor subseqüentemente decidiu estabelecer alterações histológicas da pele na pele psoriática e não afetada de pacientes com psoríase com ou com IgA positiva e / ou IgG AGA, sem glúten. 

DIETA E MICROBIOTA

Após aderir a uma dieta sem glúten por três meses, observou-se que os pacientes apresentavam uma população de células Ki-67 + dérmica significativamente reduzida (um indicador de proliferação celular) na pele lesional. A redução da população de células Ki-67 + na pele não afetada foi estatisticamente significativa na derme. Enquanto nas regiões epidérmicas, uma dieta sem glúten levou a uma redução na positividade do Ki-67, embora em uma extensão estatisticamente insignificante. 

As áreas da pele psoriática que expressam Ki-67 não regrediram com uma dieta sem glúten. Transglutaminase do tecido dérmico, notavelmente mais concentrado (8 ×) na pele lesional quando comparado com a pele não envolvida. Também foi observado que diminui pela metade após a adoção de uma dieta sem glúten em pacientes positivos para AAG. 

A adesão a uma dieta sem glúten também levou a uma diminuição significativa na contagem de linfócitos T CD4 + lesionados de pacientes positivos para AAG. Não foram observadas alterações significativas na pele de pacientes com AGA negativo após o tratamento com uma dieta sem glúten.

Curiosamente, a microbiota intestinal de pacientes com psoríase foi demonstrado ter um Firmicutes superior / Bacteroides proporção quando comparada aos controles pareados saudáveis (9,02 vs 3,18, p <0,001). Uma correlação positiva significativa também foi estabelecida entre o Firmicutes / Bacteroides proporção e significam PASI. S,ugerindo que uma mudança na microbiologia intestinal em direção a um subconjunto mais inflamatório (dominante em Firmicutes) pode fazer parte da etiopatia da psoríase.

 É importante notar que a contagem de Actinobacteria também é significativamente maior nos indivíduos não afetados quando comparados aos pacientes com grupo de psoríase.

CONSIDERAÇÕES

A psoríase é uma condição inflamatória da pele comum. Afeta aproximadamente 3% da população mundial e resultante de uma combinação de fatores genéticos e ambientais. A diversidade ecológica da população microbiana que cobre as lesões é maior que a da pele saudável. Ainda não foi estabelecido se essas alterações na microbiota são causa ou consequência de doença. Interações entre microbiota e sistema imunológico são importantes para estabelecer e manter a homeostase do hospedeiro. A modificação da composição da microbiota pode levar a uma mudança na ativação do sistema imunológico. E, eventualmente, ao desenvolvimento de doenças inflamatórias.

Evidências emergentes apóiam a existência de eixos dinâmicos de interação e comunicação entre órgãos, como o eixo intestino-pele.

A microbiota cutânea desregulada pode se tornar um novo alvo terapêutico em pacientes com psoríase. A restauração da simbiose também pode aumentar a eficácia de tratamentos médicos já estabelecidos. Por esses motivos, são necessárias mais pesquisas sobre a modulação seletiva da microbiota da pele.

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GLÚTEN – DOENÇA CELÍACA E SENSIBILIDADE

sem glúten

No intestino humano, o glúten pode vagar pelas células sem ser totalmente digerido e, a partir disso, desfazer a ligação entre cada célula. Desse modo, as proteínas do trigo chegam a áreas às quais não deveriam chegar, o que, por sua vez, não agrada muito o sistema imunológico. Uma entre cem pessoas tem intolerância genética ao glúten (doença celíaca) e cada vez mais pessoas se mostram claramente sensíveis a ele.

As definições de doença celíaca ou sensibilidade ao glúten podem ser facilmente confundidas quando relacionadas à alimentação.

Vamos tentar entender?

Então vamos nessa!

Mas antes…

O QUE É O GLÚTEN?

glúten

O glúten não é um carboidrato, e sim uma proteína. Na verdade uma combinação delas. O glúten é a combinação de dois grupos de proteínas: a gliadina e a glutenina, encontradas dentro de grãos de trigo, cevada e centeio – mais precisamente no endosperma, a reserva nutritiva do embrião da planta.

DOENÇA CELÍACA E SENSIBILIDADE QUAL A DIFERENÇA?

Na doença celíaca, o consumo de trigo pode desencadear inflamações severas, destruir as vilosidades intestinais ou enfraquecer o sistema nervoso. As pessoas afetadas sofrem dores abdominais e diarreia, quando crianças não apresentam um bom desenvolvimento ou ficam muito pálidas no inverno.

Porém, o complicado nessa doença é que ela pode ser ora mais, ora menos pronunciada. Em inflamações menos intensas, muitas vezes não se percebe nada durante anos. De vez em quando, a pessoa sente dor abdominal ou, eventualmente, sofre de anemia, que só por acaso chama a atenção do clínico geral. No momento, a melhor terapia em caso de doença celíaca é renunciar ao trigo e a seus derivados.

Leia também: DOENÇA CELÍACA E PROBIÓTICOS

SENSIBILIDADE AO GLÚTEN

Quando há uma sensibilidade ao glúten, pode-se ingerir trigo sem sofrer grandes danos no intestino delgado, mas é recomendável não exagerar. Contudo, muitas pessoas só percebem uma melhora depois de uma a duas semanas sem glúten. De repente, têm menos problemas digestivos ou gases, menos dor de cabeça ou nas articulações. 

contém glúten

Algumas pessoas conseguem se concentrar melhor ou sentem-se menos cansadas ou exaustas. A sensibilidade ao glúten só começou a ser pesquisada com mais profundidade há pouco tempo. Por enquanto, o diagnóstico pode ser resumido da seguinte forma:

  • As dores melhoram com uma alimentação sem glúten, mesmo que os testes de doença celíaca deem negativos;
  • Embora as vilosidades intestinais não inflamem nem se danifiquem, possivelmente o sistema imunológico é afetado pela ingestão de muitos pãezinhos;
  • A permeabilidade do intestino também pode aumentar apenas por pouco tempo, por exemplo após a ingestão de antibióticos, através do consumo elevado de álcool ou devido ao estresse.

Quem reage com sensibilidade ao glúten por essas razões pode até manifestar indícios de uma verdadeira intolerância. Nesse caso, é recomendável renunciar ao glúten por um tempo. Importantes para o diagnóstico final são um exame aprofundado e a comprovação de determinadas moléculas nos glóbulos sanguíneos.

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Procure informações junto a um profissional de saúde. Informações podem salvar vidas!

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ALERGIAS E INTOLERÂNCIAS – DE ONDE SURGEM?

alergias e intolerâncias

As alergias e intolerâncias alimentares (IA) são uma problemática crescente nos dias que correm e têm um impacto negativo na economia familiar, interações sociais, absentismo laboral e escolar, bem como na qualidade de vida dos indivíduos.

Uma teoria para o surgimento das alergias e intolerâncias é que elas têm início no intestino delgado.

Mas, antes de tudo, vamos entender a diferença entre elas.

DIFERENÇA ENTRE ALERGIAS E INTOLERÂNCIAS

Na alergia, o organismo encara proteínas específicas de um alimento como inimigas e envia células de defesa para barrá-las. Nesse mal-entendido, o corpo acaba agredido.

Em contrapartida, a intolerância é uma desordem completamente diferente. É carência de determinada enzima que processaria certo nutriente. Na deficiência da lactase, por exemplo, a lactose não é digerida e, aí, atrai água ao intestino, provocando diarreias.

alergias e intolerâncias alimentares

A TEORIA DO SURGIMENTO NO INTESTINO DELGADO

Quando não conseguimos quebrar uma proteína em aminoácidos, podem restar minúsculos fragmentos, que normalmente acabam sendo absorvidos pelo sangue. Contudo, o poder inesperado está no que passa despercebido – nesse caso, a linfa. 

Encerradas em uma gotícula de gordura, essas pequenas partículas poderiam chegar à linfa e nela ser apanhadas por atentas células imunocompetentes, que, por exemplo, ao encontrarem uma minúscula partícula de amendoim em meio ao fluido linfático, obviamente capturam o corpo estranho.

Leia também: INTOLERÂNCIA À LACTOSE E PROBIÓTICOS

Na próxima vez que o veem, já estão mais bem preparadas e conseguem atacá-lo com mais intensidade. Em determinado momento, basta colocar um amendoim na boca para as bem informadas células imunocompetentes sacarem suas pistolas Uzi. 

A consequência são reações alérgicas cada vez mais fortes, como o inchaço extremo do rosto e da língua. Esse tipo de explicação é adequado para as alergias, desencadeadas sobretudo por alimentos gordurosos e, ao mesmo tempo, ricos em proteínas, como o leite, o ovo e, antes de todos, o amendoim.

Quanto à intolerância, podemos usar o exemplo da lactose novamente. A intolerância à lactose se apresenta quando o intestino delgado não produz enzima lactase o suficiente. 

NÃO É SÓ A GORDURA

O desenvolvimento de alergias através do intestino delgado pode ser desencadeado não apenas pela gordura. Alérgenos como camarão, pólen ou glúten não são bombas de gordura por si só, e as pessoas que comem alimentos gordurosos não apresentam, necessariamente, mais alergias do que as outras. 

Outra teoria para o surgimento de alergias é a seguinte: a parede de nosso intestino pode ser mais permeável por um curto período, permitindo que resquícios de alimento cheguem ao tecido intestinal e ao sangue. Os cientistas se ocupam desse processo sobretudo em relação ao glúten, uma mistura de proteínas a partir de tipos de cereais como o trigo.

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REFERÊNCIA:

O discreto charme do intestino, Enders, G. umfmartinsfontes, São Paulo, 2015.

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APÊNDICE – ELE É MESMO NECESSÁRIO?

apêndice

Será mesmo que o apêndice é necessário?

Que tal tentarmos entender sua função?

Então vamos lá!

UM POUCO DE HISTÓRIA SOBRE OS EXAMES PARA DIAGNÓSTICO DA APENDICITE

O paciente está deitado na sala de exames de um consultório médico, com um termômetro na boca e outro no traseiro. Há dias mais bonitos do que esse. Antigamente, este era um dos exames feitos quando havia a suspeita de apendicite.

Se a temperatura do traseiro fosse nitidamente mais elevada que a da boca, esse indício era considerado importante. Hoje, os médicos já não confiam nas diferenças indicadas pelos termômetros. Os indícios de apendicite são febre e dores do lado direito, abaixo do umbigo (é onde se encontra o apêndice na maioria das pessoas).

apêndice cecal

Na maioria das vezes, apertar o local causa dor, enquanto à esquerda do umbigo curiosamente sente-se alívio. Mas assim que se retira o dedo do lado esquerdo… ai! Isso porque nossos órgãos abdominais são revestidos por um líquido protetor. Quando se aperta o lado esquerdo, o apêndice inflamado do lado direito flutua em um travesseiro de líquido, e isso o faz sentir-se bem. Outro indício de apendicite são dores ao levantar a perna direita contra uma resistência (alguém precisa pressioná-la na direção contrária), falta de apetite ou enjoo.

NOSSO APÊNDICE É CONSIDERADO UM ÓRGÃO INÚTIL 

Embora alguns acreditem que o apêndice seja um órgão inútil, nenhum médico no mundo tiraria o apêndice de um paciente com dores abdominais. Oficialmente, trata-se de uma parte importante do intestino grosso. O que se extrai é o apêndice cecal, preso à parte inferior do apêndice. 

apêndice

Ele nem sequer parece um verdadeiro pedaço do intestino, e sim uma bexiga vazia, com a qual os palhaços moldam formas de animais. Não é de admirar que ninguém o leve a sério e o chame pelo nome do pedaço de intestino maior e mais próximo, ao qual ele se prende.

Leia também: INTESTINO – NELE HABITAM ANJOS E DEMÔNIOS

NOSSO APÊNDICE CECAL

Nosso apêndice cecal não apenas é minúsculo demais para se ocupar do bolo alimentar, como também está preso a um local onde quase não chega comida.

O intestino delgado desemboca um pouco mais acima, na lateral do intestino grosso, e, por isso, simplesmente o ignora. Trata-se de um ser que praticamente só vê de baixo o que o mundo empurra por cima dele. Embora esteja bem distante de seus colegas, o apêndice cecal pertence ao tecido imunológico das amígdalas.

Nosso intestino grosso se ocupa de coisas que não podem ser absorvidas pelo intestino delgado. Por isso, sua aparência não é aveludada. Seria um esforço inútil muni-lo de vilosidades prontas para a absorção. 

Em vez disso, ele constitui o lar de bactérias intestinais que fragmentam os últimos restos de comida para nós. Nosso sistema imunológico também se interessa muito por essas bactérias.

O PRIVILÉGIO 

O apêndice cecal situa-se em um lugar privilegiado. Distante o suficiente para não se ocupar de toda a tralha alimentícia, mas também perto o suficiente para observar todos os micróbios estranhos.

Enquanto nas paredes do intestino grosso há grandes depósitos com células imunocompetentes, o apêndice cecal constitui-se quase exclusivamente de tecido imunológico.

Se um germe ruim passar por ele, é logo cercado. Contudo, isso também significa que tudo ao seu redor pode inflamar – por assim dizer, um panorama de 360°. Se o pequeno apêndice cecal inchar muito, terá ainda mais dificuldade para expulsar o germe de dentro de si.

Por isso, todos os anos, só na Alemanha são realizadas mais de cem mil cirurgias de apêndice. Mas esse não é o único efeito. Se apenas os bons sobrevivessem no local e tudo que é perigoso fosse atacado, o argumento em contrário seria de que em um apêndice cecal saudável encontra-se uma seleta coleção das mais refinadas e úteis bactérias.

RESULTADO DE ESTUDOS

Os pesquisadores americanos Randal Bollinger e William Parker, apresentaram a teoria de que no apêndice cecal encontra-se uma coleção das mais refinadas bactérias úteis em 2007.

apêndice

Na prática, isso acontece, por exemplo, após uma forte diarreia. Em seguida, é comum que muitos dos moradores típicos do intestino sejam expulsos. Deixando a superfície livre para novos micróbios formarem suas colônias.

Não é nada recomendável deixar esse trabalho ao acaso. E é justamente nesse momento que, segundo Bollinger e Parker, a equipe do apêndice cecal entra em ação e se espalha a partir de baixo por todo o intestino grosso para protegê-lo.

ELE NÃO É INÚTIL! ELE EXERCE UM PAPEL IMPORTANTE DENTRO DE NÓS!

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ANTIBIÓTICOS – COMO RECUPERAR A MICROBIOTA

antibióticos

Sabemos que a descoberta dos antibióticos trouxe para a humanidade a solução de vários problemas de saúde, inclusive evitando mortes prematuras. No entanto, o uso indiscriminado desses compostos  provoca o aumento da resistência e a potencial disseminação de genes de resistência para bactérias patogênicas.

Vamos entender?

Então vamos nessa!

USO INDISCRIMINADO DE ANTIBIÓTICOS

Às vezes, um desequilíbrio na microbiota intestinal comensal devido à administração de antibióticos pode resultar em problemas intestinais, como a diarreia. Além disso, já foi demonstrado que mesmo a administração de antibióticos a curto prazo pode levar à estabilização de populações bacterianas resistentes no intestino humano que persistem por anos. Na figura abaixo podemos ver a representação do efeito antibiótico sobre a microbiota intestinal a longo do tempo, evidenciando-se assim a diminuição das espécies microbianas ali residentes.

antibióticos
Fonte: Jernberg C, et al. 2010

MICROBIOTA INTESTINAL

A microbiota intestinal humana forma um ecossistema complexo e equilibrado. Perturbações deste ecossistema podem desempenhar um papel no surgimento de infecções, obesidade, diabetes bem como de patologias inflamatórias e neurológicas. Um estudo recente demonstrou que em jovens adultos com boa saúde, a microbiota intestinal é recuperável após uso de antibióticos. Contudo, a restauração quase completa precisa de cerca de 6 meses, sendo que algumas espécies não são mais recuperadas.

antibiótico com cautela


O QUE FAZER PARA QUE NOSSA MICROBIOTA NÃO SEJA AFETADA?

Se você precisa realmente tomar antibióticos, use concomitante com probióticos, pois os  probióticos podem reduzir o risco de certas doenças infecciosas e, assim, reduzir a necessidade de antibióticos. Além disso, os probióticos podem reduzir o risco de diarreia associada a antibióticos.

Leia também: MAS AFINAL, O QUE É PROBIÓTICO?

Embora essa correlação ainda necessite de mais estudo comprobatórios, MANTER uma microbiota equilibrada durante o uso de antibióticos pode certamente fornecer oportunidades para reduzir a disseminação de resistências.

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REFERÊNCIAS:

Jernberg C, et al. Long-term impacts of antibiotic exposure on the human intestinal microbiota. Microbiology. 2010; 56: 3216-3223; 

Ouwehand, A.C. et al. Probiotic approach to prevent antibiotic resistance. Ann. Med. 2016; 48(4): 246-55;

Palleja A, et al. Recovery of gut microbiota of healthy adults following antibiotic exposure. Nature Microbiol 2018 ; 3 : 1255-65.

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DOENÇA CELÍACA E PROBIÓTICOS

doença celíaca

Vocês conhecem a DC? Não, não estamos falando da DC Comics, mas sim da Doença Celíaca.

DC

Vamos entender um pouco sobre ela e como os probióticos podem auxiliar?

Então vamos nessa!

O QUE É DOENÇA CELÍACA?

doença celíaca

Segundo Moraes e colaboradores, a doença celíaca (DC) é uma enteropatia crônica autoimune, ou seja, as próprias células de defesa imunológica agridem as células do organismo, causando um processo inflamatório, comum ao longo da vida, desencadeada pelo consumo de proteínas específicas por indivíduos geneticamente predispostos. Tais proteínas estão presentes especificamente em cereais e recebem nomes específicos de acordo com a fonte de alimento. Como gliadina (presente no trigo), hordeína (presente na cevada) bem como secalina (presente no centeio). Como essas proteínas compartilham similaridades estruturais, elas são coletivamente conhecidas como glúten.

DC

Diferentes produtos derivados de cereais e inflamação intestinal em indivíduos com DC. O consumo de produtos derivados de alimentos contendo trigo, cevada e centeio por indivíduos geneticamente suscetíveis à DC leva à atrofia das vilosidades. Além disso, ocasionam inflamação intestinal assim também desmontagem de junções apertadas.

MICROBIOTA E DOENÇA CELÍACA

O trato gastrintestinal humano é um ambiente complexo e dinâmico, abrigando um vasto número e variedade de microrganismos. Este micro ecossistema balanceado fornece ao hospedeiro uma defesa natural contra a invasão de potenciais patógenos. Recentemente, a pesquisa concentrou-se no importante papel da microbiota intestinal humana na saúde e na doença. Contudo, estudos sobre o papel da microbiota intestinal na fisiopatologia da DC ainda estão em seus estágios iniciais.

Em resumo, os estudos apontam baixos níveis de microrganismos do gênero Lactobacillus e Bifidobacterium em crianças com DC.

Leia também: MAS AFINAL, O QUE É PROBIÓTICO?

Vale salientar que a doença celíaca é mais comum em crianças, mas também pode ocorrer em adultos de ambos os sexos.

PROBIÓTICOS E DC

Até o momento, a única terapia para DC é a exclusão obrigatória e completa de fontes alimentares de grãos e qualquer alimento que contenha glúten. No entanto, muitos pacientes enfrentam dificuldades em seguir uma dieta sem glúten (GFD). A adesão à terapia varia amplamente, de cerca de 80% em pacientes diagnosticados antes dos 4 anos de idade a <40% nos pacientes diagnosticados após os 4 anos de idade.

Avanços recentes na fisiopatologia da DC contribuíram para o desenvolvimento de novas e promissoras soluções terapêuticas. Assim, muitos outros tratamentos foram identificados, como glúten geneticamente modificado, inibidores de zonulina, vacinas terapêuticas, inibidores da transglutaminase tecidual e, recentemente, probióticos.

EFEITOS BENÉFICOS DOS PROBIÓTICOS NA SAÚDE INTESTINAL

  • Produção de substâncias inibitórias contra patógenos (peróxido de hidrogênio, bacteriocinas bem como ácidos orgânicos);
  • Bloqueio de locais de adesão;
  • Competição por nutrientes;
  • Degradação de receptores de toxina;
  • Regulação de imunidade.

Mais estudos são necessários para avaliar as ações de probióticos específicos contra patógenos específicos e distúrbios e definir quais dessas ações podem beneficiar pacientes com DC.

doença celíaca e probióticos

Processo de inflamação e possíveis rotas de ação probiótica na manutenção da DC. Em pacientes com DC, o aumento da permeabilidade epitelial da junção estreita (“leaky gut”) favorece a entrada de peptídeos do glúten não bem digeridos do lúmen para a lâmina própria. Uma vez lá, eles são desaminados pela enzima transglutaminase tecidual (tTG) e apresentados às células imunológicas CD4 + T pelo antígeno leucocitário humano (HLA) em células apresentadoras de antígenos (APCs), que em pacientes com DC é frequentemente dos haplótipos DQ2 e DQ8. A partir daí, as respostas imunes Th1 e Th2 são desencadeadas, resultando em autoimunidade, inflamação da mucosa e crescimento de microbiota desfavorável, agravando o prognóstico da doença. Três grandes flechas indicam onde os probióticos poderiam agir.

Mais estudos precisam ser conduzidos em relação à ingestão de probióticos e a doença celíaca. Assim, estudos futuros devem enfatizar a caracterização da microbiota com potenciais benefícios para a saúde intestinal. Sabe-se que as estirpes capazes de produzir enzimas que degradam peptídeos de gliadina e induzem efeitos anti-inflamatórios são mais adequadas para o tratamento deste distúrbio.

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REFERÊNCIAS:

Microbiota Intestinal e Probióticos na Doença Celíaca, Moraes et al, 2019, American Society For Microbiology, Clinical Microbiology Reviews.

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LACTOBACILLUS ACIDOPHILUS – SAIBA UM POUCO MAIS

Lactobacillus acidophilus

O Lactobacillus acidophilus é um dos mais importantes microrganismos encontrados no intestino.

Vamos entender um pouco mais sobre ele?

Então vamos nessa!

MICROBIOTA INTESTINAL

Existem aproximadamente 100 trilhões de bactérias em nosso intestino, representantes de 400 a 1000 espécies. Entre as mais comuns, são as enterobactérias, seja como constituintes da microbiota intestinal normal assim também patogênicas oportunistas.

microbiota intestinal

Entre os microrganismos encontrados na microbiota intestinal, nós temos:

  • Escherichia;
  • Aerobacter;
  • Serratia;
  • Salmonella;,
  • Shigella;
  • Proteus;
  • Yersinia;
  • Lactobacillus;
  • Bifidobacterium.

Nos últimos 30 anos ou mais, o interesse na população microbiana intestinal – a microbiota – e em seu ambiente tem se intensificado. Muitas pesquisas demonstraram que os residentes habituais do intestino, estão longe de ser apenas habitantes passivos do trato gastrointestinal (GI), mas interagem com seu hospedeiro de forma bastante intrincada. Sendo assim, eles são capazes de modular os efeitos de bactérias potencialmente nocivas, causar impacto no trato gastrointestinal, na digestão, no metabolismo e no sistema imunológico do hospedeiro, e até influenciar funções muito além do intestino.

Leia também: BACTÉRIAS BENÉFICAS – CONHEÇA ALGUMAS

LACTOBACILLUS ACIDOPHILUS

Do grupo das bactérias ácido-lácticas, o Lactobacillus acidophilus é um dos mais importantes microrganismos encontrados no intestino. É conhecido por se implantar na parede intestinal e no revestimento da parede da vagina, cérvice bem como uretra. Além disso, desempenha várias funções críticas incluindo-se a inibição dos organismos patogênicos e a prevenção de sua multiplicação e colonização. Já é bem documentado o fato de que o L. acidophilus produz antibióticos naturais como por exemplo a lactocidina e a acidofilina, melhorando dessa forma a resistência ou imunidade.

microrganismo

Assim sendo, as bactérias da microbiota intestinal e/ou componentes dos probióticos podem produzir e liberar compostos como as bacteriocinas (Villani et al., 1995; RodrigueZ, 1996; Naidu; BIDLACK; CLEMENS, 1999; VÉLEZ et al., 2007), ácidos orgânicos bem como peróxidos de hidrogênio (Havenaar; BRINK; HUIS-INT`VELD, 1992; Naidu; BIDLACK; CLEMENS, 1999), que têm ação bacteriostática ou bactericida, especialmente em relação às bactérias patogênicas. Sendo assim, as bacteriocinas são substâncias antibióticas de ação local, que inibem o crescimento de patógenos intestinais.

As bactérias ácido-lácticas produzem nisina, diplococcina, lactocidina, bulgaricina assim também reuterina. Essas substâncias apresentam atividade inibitória, tanto para bactérias gram-negativas quanto para gram-positivas (KEERSMAECKER et al., 2006; CLEUSIX et al., 2007; CORR et al., 2007; LIMA et al., 2007).

CONHECIDO POR SUA AÇÃO CONTRA MICRORGANISMOS PROMOTORES DE DOENÇA

O Lactobacillus acidophilus pode atuar contra, Staphilococcus aureus, Salmonella (contaminação alimentar), Candida albicans (fungo) bem como Escherichia coli, entre outros organismos patogênicos oportunistas e indesejáveis.

ABRANDAMENTO DA INTOLERÂNCIA À LACTOSE

intolerância à lactose

Além disso, o L. acidophilus pode auxiliar no abrandamento da intolerância à lactose, causada pela deficiência da enzima lactase. As culturas do L. acidophilus produzem significativas quantidades de lactase, que podem ajudar a uma digestão mais completa da lactose, e como conseqüência, reduzir a possibilidade de mau hálito, da sensação de estufamento, assim também a formação de gases e as cólicas estomacais.

DIETA E LACTOBACILLUS ACIDOPHILUS

Uma dieta rica em fibras para manter a microbiota intestinal em equilíbrio é primordial. Uma vez que essas fibras, também conhecidas como prebióticos, são alimentos para as bactérias benéficas do nosso intestino.

Além disso, a ingestão de alimentos probióticos tem sido bastante difundida por especialistas em nutrição. Uma vez que esses alimentos são ingeridos de forma regular, nosso organismo recebe um reforço positivo na luta contra microrganismos oportunistas promotores de doenças.

Alguns desses alimentos trazem em sua matriz o próprio L. acidophilus visto no decorrer deste texto.

FIQUE LIGADO!!!

Coloque sua microbiota em primeiro lugar, o resto virá naturalmente!

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REFERÊNCIAS:

Probióticos, Prebióticos e Microbiota Intestinal, Binns N., ILSI Europe – International Life Sciences Institute;

Aplicação de bactérias probióticas para profilaxia e tratamento de doenças gastrointestinais, Varavallo e colaboradores, 2008.

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CISTITE RECORRENTE E O USO DE PROBIÓTICOS

cistite recorrente

Aqui no blog já abordamos o conceito de cistite. Mas, do que se trata a cistite recorrente?

Vamos entender?

Então vamos nessa!

CISTITE RECORRENTE

Infecção urinária baixa recorrente, chamada no meio médico de cistite de repetição, é mais comum entre as mulheres. Isso se dá, entre outras coisas, por elas terem a uretra mais curta e mais próxima ao ânus. Estimativas apontam que metade das mulheres vai apresentar pelo menos um episódio de infecção urinária durante a vida. Assim, fazer a higiene local da forma correta é fundamental para reduzir a contaminação e diminuir as chances de infecção (PORTAL DA UROLOGIA).

cistite recorrente

Além disso, manter uma alimentação equilibrada também auxilia nas defesas do organismo.

TRATAMENTO

Ainda segundo o Portal da Urologia, o tratamento se dá por meio de antibiótico geralmente durante três dias. Em gestantes, o tratamento deve ser feito sob rigoroso acompanhamento médico, pois há medicamentos proibidos durante a gravidez.

Pacientes com episódios recorrentes podem ser submetidos a tratamento com antibiótico em dose menor e por tempo prolongado (seis meses).

Aqui no blog também já discorremos sobre o uso de antibióticos e como isto pode afetar a microbiota saudável do nosso organismo.

Claro, em alguns casos se faz extremamente necessário o uso. Mas, sempre recomendamos que haja aconselhamento de um profissional de saúde para tal.

PROBIÓTICOS COMO PARTE DO TRATAMENTO DE INFECÇÕES URINÁRIAS RECORRENTES

Inúmeras estratégias foram projetadas com o intuito de reduzir a frequência de recorrência de infecções do trato urinário (ITU).

Como exemplo, as mulheres em que a deficiência de estrogênio é vista como a principal causa, o uso de estrogênios locais é uma dessas estratégias.

Leia também: PROBIÓTICOS – EFICIENTE PARA SAÚDE VAGINAL

Além disso, uma dessas estratégias é a utilização de produtos probióticos, que contenham Lactobacillus isoladamente ou em combinação. Esta estratégia visa equilibrar a microbiota que diminui a capacidade de crescimento da E. coli na vagina.

O uso das estirpes probióticas, L. rhamnosus GR-1, L. reuteri RC-14 bem como L. crispatus (CTV-05), demonstraram eficácia no controle de infecções recorrentes.

Recentemente, os estudos in vitro observaram que estirpes de Lactobacillus plantarum CECT8675 CECT8677 têm elevada atividade bactericida em comparação com os agentes patógenos principais de ITU (Escherichia coli, Proteus mirabilis, Klebsiella pneumoniae e Staphylococcus saprophyticus).  

Os probióticos são fortes aliados neste combate. Consulte um profissional de saúde.

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